Para quem acha que os juízes, os políticos e a comunicação social em
Portugal não se recomendam ( e eu estou entre esses), devia olhar primeiro para
o que se passa no Brasil.
No “país irmão”, os juízes fazem politica abertamente, divulgam escutas
ilegais, enviam à descarada e cirurgicamente partes de processos a decorrer em
tribunal e fazem campanha politica no facebook e nas ruas.
A única vantagem, em relação ao que se passa em Portugal, é que, pelo
menos dão a cara e assumem as suas opções políticas…
Por sua vez os políticos procuram lançar o máximo de” lama” política
sobre os adversários, para desviarem a atenção da “lama” que os próprios levam
nas botas, sem se preocuparem com o respeito pelo funcionamento da democracia e, pelo meio, acabam a dar tiros nos pés, como foi o caso da nomeação de Lula para
ministro para se safar de responder perante a lei, uma lei que levanta muitas
suspeitas de imparcialidade, mas que não deixa de ser lei.
A comunicação social brasileira, mais intolerante, mais irresponsável, mais
socialmente preconceituosa, mais tablóide
e mais “lambe botas” em relação ao poder financeiro que a portuguesa , contribui para acicatar os ânimos,
numa perigosa deriva anti-democrática, manipulando ao sabor das necessidade do “dono”.
Por sua vez as manifestações de
rua têm uma estranha imagem: não se vê gente de cor, é tudo gente bem
engravatada e “bonita”, nada comparável às grandes manifestações populares que tiveram lugar há
dois ano, e são descaradamente dominadas pela extrema-direita golpista.
Para o Brasil só há dois caminhos a prazo: ou Dilma se impõe e convoca
urgentemente eleições para a presidência, para o senado e para o parlamento, ou
o “golpismo” da direita radical toma conta do Brasil.
Pobres brasileiros que, depois de duas décadas de progresso, liberdade
e esperança, se vêm sujeitos a tão lamentável processo político…
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