São muitas as leituras que se podem fazer das eleições
holandesas.
A maioria dos comentadores aponta apenas no sentido da “derrota”
da extrema-direita.
Uma “derrota” que, bem analisada, não é assim tão evidente,
já que o partido de extrema-direita foi o segundo partido mais votado e um dos
que mais cresceu na Holanda, elegendo 20 deputados, mais cinco do que nas
eleições anteriores.
Ou seja, os que se apresaram, com base em sondagens à boca
da urna, em anunciar a “morte” da extrema direita, revelaram mais uma vez não
perceber as raízes do populismo e arriscam-se a continuar a sofrer dissabores nas
eleições que se seguem.
Mas a maior derrota foi a do Partido Trabalhista, ao qual
pertence o arrogante líder do Eurogrupo, o até aqui ministro das finanças dos
Países Baixos Jeroen Dijsselbloem.
De segunda maior força política na Holanda, o partido
trabalhista holandês ficou em 7º lugar nas eleições, elegendo apenas 9
deputados, perdendo um total de 29 deputados.
Dijsselbloem é o rosto da austeridade que foi imposta aos
holandeses nos últimos anos, mas é também o rosto do” austeritarismo” que
marcou a acção ilegítima do eurogrupo contra os cidadãos europeus e um dos
grandes responsáveis pelas divisões no seio da União Europeia que fomentaram o
crescimento do populismo de extrema-direita.
Por isso, os verdadeiros derrotados nestas eleições forma os
defensores da austeridade europeia, em especial o bando do Eurogrupo, derrota
que não foi ainda mais marcante porque a
dispersão do eleitorado holandês disfarçou a queda também abrupta do partido
conservador de Mark Rutte, que só ficou em primeiro, apesar de ter perdido 8
deputados, a segunda maior queda partidária destas eleições, graças a essa
dispersão de deputados por 13 partidos.
O facto positivo foi a grande subida da “Esquerda Verde” que
elegeu 15 deputados e a manutenção da grande votação no Partido Socialista, com
14 deputados.
Outro partido de Esquerda, o Partido pelos animais, elegeu 5
deputados, registando uma grande subida nas eleições.
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