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quarta-feira, 22 de março de 2017

O sr Djisselbloem coloca mais um prego no "caixão" da União Europeia



Djisselbloem, o “credível” líder do Eurogrupo, (titular de um mestrado inventado…), o “lulu” de Wolfgang Schäuble, que levou o seu partido a uma humilhante derrota eleitoral, continua a contribuir para a subida eleitoral da extrema-direita euroceptica.

Metaforicamente ou não, de forma boçal ou mais velada, não duvido, seguindo a sua actuação ao longo do tempo como líder do Eurogrupo, que o sr. Djsselbloem pensa mesmo que os países do sul andam a desbaratar o dinheiro que ele nos “deu” (???) em mulheres e vinho.

Contudo, já há quem ande por aí a desvalorizar as hipotéticas palavra do arrogante Djisselbloem, comoo site “Os Truques da Imprensa Portuguesa” (ver em baixo o texto desse site).

Contudo . a interpretação algo rebuscada que aquele site faz das palavras daquela triste figurinha que lidera o Eurogrupo, não atenua nem um pouco a indignação que devemos sentir por aquelas palavras.

Apesar da tentativa esburacada de tentar branquear a costumada boçalidade de Djsselbloem, este estava mesmo a referir-se aos países do sul.

Mas até podia dar de barato a justificação que o site dá para o desvario do ainda Ministro das Finanças Holandês.

Mas foi o próprio Djsselbloem a lançar achas para a fogueira, na sua desastrosa intervenção no parlamento europeu.

A polémica não teria atingido a dimensão que está a tingir só  por causa do artigo, que até tinha passado quase despercebido do publico em geral, se não se tivesse registado a intervenção dessa triste figurinha, símbolo da actual elite política europeia, naquele parlamento.

Confrontado com esse artigo por um deputado espanhol, que interpretava aquela frase como uma acusação aos países do sul, a tal interpretação que o site “truques da imprensa…” contesta, o sr. Djsqualuquercoisa podia ter respondido com os argumentos do “truques…” e a coisa morria aí.

Mas não, ele, de uma forma talvez um pouco atabalhoada e confusa, talvez depois de uma noite de copos e “mulheres”, não só não desmentiu o deputado espanhol, como confirmou aquela interpretação.

Ou seja, pode ser verdade que no dito artigo o líder do Partido Trabalhista holandês humilhado nas últimas eleições nesse país, não tenha dito exactamente que os países do sul andaram a gastar dinheiro em bebidas e mulheres, mas acabou por confessar que era mesmo isso que pensava.

Isto é, o sr Djsselbloem, confrontado com uma interpretação que até podia ser abusiva sobre uma metáfora boçal e de mau gosto (como é seu timbre), em vez de explicar com argumentos idênticos aos usados por aquele site, reagiu como se pensasse : “boa idéia, era mesmo isso eu eu queria dizer e não o disse no artigo porque não me expressei abertamente”.

Pessoalmente não é esta polémica que altera o que penso, desde sempre, dessa figurinha. Um arrogante e boçal líder de uma instituição como o Eurogrupo, que tem agido de forma ilegítima,  e contribuído para  agravar a crise financeira na Europa, para destruir a solidariedade europeia e que todos os dias dá argumentos ao populismo euroceptico da extrema-direita.

Se esse senhor fosse um homem com ética, teria posto o seu lugar à disposição assim que foram conhecidos os resultados do seu partido nas eleições holandesas.

Por tudo o que fez nesse cargo e pela forma como continua agarrado ao cargo, para mim, como cidadão europeu que sempre votou e pagou os seus impostos e que sofreu na pela a austeridade mal conduzida por aquela instituição anti-democrática, as palavras de  Djsselbloem não têm qualquer valor e só continuam a arrastar o Eurogrupo para a total ilegitimidade e, o que é mais grave, a União Europeia para a desagregação.

Escreve esse site o seguinte:

“Não há nada que una mais um povo que ser insultado por estrangeiros. O português não é diferente e a imprensa sabe-o.

“Vem isto a propósito das declarações de Djisselbloem, presidente do Eurogrupo.

“Disse Djisselbloem (tradução do Público): “Na crise do euro os países do Norte mostraram solidariedade para com os países do Sul. Como social-democrata, a solidariedade é para mim extremamente importante. Mas quem a pede, tem também deveres. Não posso gastar o meu dinheiro todo em bebida e mulheres e depois disso ir pedir a vossa ajuda. Este princípio vale para o nível pessoal, local, nacional e também europeu”.

“Nos ecos desta frase (um pouco por toda a Europa), omite-se convenientemente, em muitos deles, a última frase. Para nós, faz toda a diferença.

“Vejamos: Djisselbloem estava a dar uma entrevista e tinha como tal um interlocutor direto. Deu-lhe um exemplo: não posso gastar O MEU dinheiro em bebida e mulheres e depois pedir a VOSSA ajuda. E indicou que este princípio governa (ou deve governar) não só as relações pessoais (como era o exemplo que ele estava a dar) mas todas as outras.

“É claríssimo, com a citação completa, que Djisselbloem não acusou os países do sul de gastar dinheiro em mulheres e copos. Djisselbloem utilizou uma metáfora, que se aplica nas relações pessoais (e que cada um de nós a poderia ter dito e concordará com ela quando aplicada nesse tipo de relações pessoais).

“Foi, porventura, uma metáfora infeliz, por dever saber que a imprensa não perdoa. A metáfora de Djisselbloem depressa se transformou numa acusação literal: “Djisselbloem diz que os países do sul gastaram o dinheiro todo em bebida e mulheres”. De facto, quem é que não se insurge contra uma frase estúpida destas? Nem sequer faz sentido!

“Entretanto, a imprensa portuguesa já cita, alterando, uma nova frase: “Não SE PODE gastar em mulheres e álcool”. Ora, nesta formulação e sem a última frase, a ideia de que Djisselbloem estava a utilizar um exemplo (e não a acusar) desaparece por completo.

“Tivesse Djisselblom sido mais cauteloso e passasse a mesma mensagem com outra metáfora: “Não posso furar os pneus da minha bicicleta e depois pedir ajuda para a arranjar”. Já imaginaram os títulos? “Djisselbloem acusa os países do Sul de estragarem as suas bicicletas de propósito.” Hum, não ia soar bem.

“Aceita-se a crítica do que está por detrás das palavras de Djisselbloem: a ideia de que os países do Sul gastaram mais do que deviam, de que os países do Norte são uns coitados que nos sustentam. Essa ideia, muitas vezes apregoada, merece ser debatida, discutida e rebatida.

“Agora: Djisselbloem não acusou os países do sul de gastarem dinheiro em mulheres e copos. Simplesmente, não o fez. E a imprensa que nos vende isto sabe-o bem, mas assim vende mais”.
 

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