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segunda-feira, 8 de julho de 2019

O “Fascismo Difuso” de Maria de Fátima Bonifácio.

(fonte: Jornal de Negócios)
Lemos, e não acreditámos, mesmo que já estejamos habituados à agressividade retórica, herdada do seu passado maoista, da principal ideóloga do neoconservadorismo indígena, a historiadora Maria de Fátima Bonifácio.

Essa historiadora, especialista no estudo do século XIX português, ultimamente trasvestida em comentadora politica, lidera uma miríade de historiadores (como Rui Ramos) que  usam os seus conhecimentos, cultura e inteligência para servir a propaganda retrograda do neoconservadorismo nacional.

Partindo da discussão sobre um tema pertinente, e que merece ser analisado, a proposta, com alguns laivos demagógicos, do sociólogo e secretário do Partido Socialista Rui Pena Pires, sobre a necessidade de descriminar positivamente as minorias étnico-raciais portuguesas, a historiadora, nas páginas do jornal Público, no passado Sábado dia 6 de Julho, deixa-se levar pelo entusiasmo da sua retórica neoconservadora e escreve alguns dos mais lamentáveis e abjectos parágrafo de teor racista que nos foi dado a ler nas páginas de um jornal dito de “referência”.

Fátima Bonifácio, exibindo toda a esplendorosa retórica da sua “superioridade moral” cristã, “europeia” e “ocidental” ,escreve vários  disparates eivados de abusivas generalizações, ignorantes, intolerantes e falaciosas.

Contestando a comparação que Pena Pires faz entre o efeito conseguido com a imposição, por decreto, da igualdade e paridade de género e a que se pode conseguir tomando o mesmo tipo de medidas em relação à igualdade étnico-racial, Fátima Bonifácio considera essa comparação falaciosa porque as mulheres “partilham, de um modo geral, as mesmas crenças religiosas e os mesmos valores morais” (!!???).

E continua: as mulheres “fazem parte de uma entidade civilizacional e cultural milenária que dá pelo nome de Cristandade. Ora isso não se aplica a africanos nem a ciganos” (sic).

Ou seja, a historiadora Fátima Bonifácio ignora que em África existem quase tantos cristãos como na Europa e que, ao contrário da Europa, a África é um dos continentes, juntamente com o asiático, onde o cristianismo mais tem crescido.

Também desconhece que, se existe grupos étnico  que abraça com fé redobrada o cristianismo é o “povo” cigano.

E quanto à superioridade “civilizacional e cultural” do cristianismo, é melhor não revolver muito nos manuais de história!!!

Mas Fátima Bonifácio não se fica por aí, no seu entusiasmo javardo pela  exibição esplendorosa  da sua “superioridade moral”.

Para ela, nem africanos nem ciganos “descendem dos Direitos Universais do Homem decretados pela Grande revolução Francesa de 1789”, ou seja, os tais Direitos Universais não se devem aplicar… a todos os Homens.

Tão edificante prosa continua pelas restantes linhas e parágrafos de tão abjecto artigo, digno de qualquer colonialista do século XIX, século onde Fátima Bonifácio parece ter parado no tempo, ou de qualquer discurso fascista ou nazi do século XX, bastando trocar “negro” e “cigano” por “judeu”.

É este “fascismo difuso”, hoje renascido das cinzas da crise civilizacional em que mergulhámos desde o inicio deste século XXI, que alimenta a retórica de tais “comentadores” que povoam cada vez mais o espaço comunicacional português, onde se destacam figuras com a dimensão de uma Maria de Fátima Bonifácio.

Esse discurso e a retórica neoconservadores são a adaptações actualizada do discurso racista do fascismo histórico.

A divulgação do ideário fascista beneficia mesmo dessa ambiguidade pragmática que torna difícil fixar aquele modelo politico.

Mas não tenhamos duvidas. Os ideólogos do nazismo, do fascismo e do salazarismo do século XX também eram pessoas cultas, inteligentes, “civilizadas”, “educadas”, de “bom gosto” e muito “católicas”, tal como o são hoje figuras como Fátima Bonifácio ou Rui Ramos.

Vale a pena ouvir a crónica de Paulo Moura, lida hoje na Antena 1 no "Fio da Meada", sobre "como conhecer um fascista". Também  recomendo AQUI a leitura da crónica de Rui Tavares, onde analisa o mesmo texto de Fátima Bonifácio.

2 comentários:

carlosaaneves disse...

Coitada da "senhora"...

pvnam disse...

Já faltou mais para os maiores criminosos de ódio da História (os economic-nazis) serem alvo duma condenação pública; adiante.
{ os economic-nazis destilam ódio/intolerância para com Intenções Identitárias... pois, porque... Intenções Identitárias prejudicam investimentos }
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URGE TRABALHAR PARA O SEPARATISMO-50-50: O PLANETA É UM LUGAR PERIGOSO PARA POVOS AUTÓCTONES QUE PROCURAM SOBREVIVER PACATAMENTE NO PLANETA!
{ urge mobilizar aqueles nativos que se interessam pelo sobrevivência da sua Identidade para o separatismo-50-50 }
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--»» Interesses Económicos (economic-nazis) destilam ódio/intolerância para com intenções Identitárias...
--»» Migrantes de elevada demografia destilam ódio/intolerância para com intenções Identitárias... pois... Intenções Identitárias prejudicam a sua ambição de serem «donos disto tudo».
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1. No passado povos autóctones da América do Norte, da América do Sul, da Austrália foram alvo de holocaustos massivos...
2. Em pleno século XXI tribos da Amazónia têm estado a ser massacradas por madeireiros, garimpeiros, fazendeiros com o intuito de lhes roubarem as terras...
3. etc,etc,etc...
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MOVIMENTO-50-50:
- por um planeta aonde sejam Todos Diferentes, Todos Iguais... isto é: todas as Identidades Autóctones devem possuir o Direito de ter o seu espaço no planeta --»» INCLUSIVE as de rendimento demográfico mais baixo, INCLUSIVE as economicamente menos rentáveis.
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Nota 1: Os 'globalization-lovers', UE-lovers. smartphone-lovers (i.e., os indiferentes para com as questões políticas), etc, que fiquem na sua... desde que respeitem os Direitos dos outros... e vice-versa.
-»»» blog http://separatismo--50--50.blogspot.com/
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Nota 2: Os Separatistas-50-50 não são fundamentalistas: leia-se, para os separatistas-50-50 devem ser considerados nativos todas as pessoas que valorizam mais a sua condição 'nativo', do que a sua condição 'globalization-lover'.
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Nota 3: É preciso dizer NÃO à democracia-nazi! Isto é, ou seja, é preciso dizer não àqueles... que pretendem democraticamente determinar o Direito (ou não) à Sobrevivência de outros! [obs: não foi por acaso que a elite do sistema adulterou a lei das naturalizações]