("Azar, Azar é estares a escavar SMS e cair-te em cima um contentor com OFFSHORES" António Gaspar (autor do cartoon)).
Acabou o Carnaval. Regressámos à realidade.
E a realidade que se foi “construindo” ao longo deste semana de
Carnaval foi a triste história da fuga de impostos para os offshores panamianos, ocorrida
durante o governo de Passos Coelho e nos ministérios de Victor Gaspar e Maria
Luis Albuquerque.
Para já, apenas um secretário de Estado assume culpas, Paulo Núncio, de
uma forma atabalhoada que, nitidamente, à boa maneira mafiosa, procura apenas
ocultar outros envolvidos.
Por muito que tentem passar pelo meio das gotas de chuva, Passos
Coelho, Victor Gaspar e Maria Luis Albuquerque têm esclarecimentos a prestar
sobre o assunto.
Victor Gaspar e Maria Luis Albuquerque podem ter muitos defeitos, mas não me parecem,
na sua área, incompetentes ou parvos, e só ministros das finanças incompetentes
e parvos podiam deixar Paulo Núncio agir de moto próprio neste caso.
Já em relação a Passos Coelho, tenho mais dúvidas sobre a sua
competência e inteligência, provavelmente foi mais uma vez enrolado pelos que
lhe estão próximos, e dou de barato que não se tivesse apercebido do branqueamento
fiscal que estavam a fazer no ministério das Finanças do governo que liderava.
Mas, o mesmo primeiro-ministro que foi responsável pelo maior aumento
de impostos de sempre, que convidou os portugueses a emigrar, que considerou o desemprego uma oportunidade e chamou os
portuguese de piegas, não pode escapar à responsabilidade política por mais
este escândalo.
Como cidadão cumpridor, que por distracção ou atraso teve de prestar sempre
contas ao fisco por qualquer cêntimo não
declarado ou declarado em atraso, exijo que este caso seja esclarecido e levado
até às últimas consequências.
Estamos a falar de dez mil milhões de euros que escaparam ao fisco,
apesar de a fuga ser do conhecimento dos
responsáveis da altura pelo ministério das finanças, que esconderam esse facto,
qualquer coisa como mil euros por cada português, dos recém nascidos aos
centenários.
Exijo saber quais forma os bancos envolvidos, quem eram os vinte
declarantes envolvidos (indivíduos e empresas), e medidas para cobrar, sem
perdões fiscais, o que essa gente ficou a dever ao Estado.
Aguardo também consequências políticas, ou por irresponsabilidade, ou
por omissão, ou por conivência.
Por último, no mínimo, Paulo Núncio não pode sair impune de tudo isto,
e deve ser investigada a sua ligação profissional com pessoas e empresas
beneficiadas, nesta ou noutras situações, com a sua passagem pelo ministério
das Finanças.
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