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quinta-feira, 2 de março de 2017

Offshores e finanças : um carnaval contínuo


("Azar, Azar é estares a escavar SMS e cair-te em cima um contentor com OFFSHORES" António Gaspar (autor do cartoon)).

Acabou o Carnaval. Regressámos à realidade.

E a realidade que se foi “construindo” ao longo deste semana de Carnaval foi a triste história da fuga de impostos para os offshores panamianos, ocorrida durante o governo de Passos Coelho e nos ministérios de Victor Gaspar e Maria Luis Albuquerque.

Para já, apenas um secretário de Estado assume culpas, Paulo Núncio, de uma forma atabalhoada que, nitidamente, à boa maneira mafiosa, procura apenas ocultar outros  envolvidos.

Por muito que tentem passar pelo meio das gotas de chuva, Passos Coelho, Victor Gaspar e Maria Luis Albuquerque têm esclarecimentos a prestar sobre o assunto.

Victor Gaspar e Maria Luis Albuquerque  podem ter muitos defeitos, mas não me parecem, na sua área, incompetentes ou parvos, e só ministros das finanças incompetentes e parvos podiam deixar Paulo Núncio agir de moto próprio neste caso.

Já em relação a Passos Coelho, tenho mais dúvidas sobre a sua competência e inteligência, provavelmente foi mais uma vez enrolado pelos que lhe estão próximos, e dou de barato que não se tivesse apercebido do branqueamento fiscal que estavam a fazer no ministério das Finanças do governo que liderava.

Mas, o mesmo primeiro-ministro que foi responsável pelo maior aumento de impostos de sempre, que convidou os portugueses a emigrar, que considerou o  desemprego uma oportunidade e chamou os portuguese de piegas, não pode escapar à responsabilidade política por mais este  escândalo.

Como cidadão cumpridor, que por distracção ou atraso teve de prestar sempre contas ao fisco  por qualquer cêntimo não declarado ou declarado em atraso, exijo que este caso seja esclarecido e levado até às últimas consequências.

Estamos a falar de dez mil milhões de euros que escaparam ao fisco, apesar de a fuga  ser do conhecimento dos responsáveis da altura pelo ministério das finanças, que esconderam esse facto, qualquer coisa como mil euros por cada português, dos recém nascidos aos centenários.

Exijo saber quais forma os bancos envolvidos, quem eram os vinte declarantes envolvidos (indivíduos e empresas), e medidas para cobrar, sem perdões fiscais, o que essa gente ficou a dever ao Estado.

Aguardo também consequências políticas, ou por irresponsabilidade, ou por omissão, ou por conivência.

Por último, no mínimo, Paulo Núncio não pode sair impune de tudo isto, e deve ser investigada a sua ligação profissional com pessoas e empresas beneficiadas, nesta ou noutras situações, com a sua passagem pelo ministério das Finanças.

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