Substituam as palavras “cão”, “gato” ou “animal” por “judeu”, “negro”,
“velho”. “doente” , “deficiente” e “criminoso”, e depois raleiem o artigos de JoãoMiguel Tavares (JMT) publicado no passado Sábado 1 de Setembro no jornal“Público”.
Pelo menos, a ver pelos comentários em defesa do artigo de JMT, que raiam, a maior parte, a intolerância, o fundamentalismo, a ignorância e o total desrespeito pelo direito à vida de animais saudáveis, com o estafado argumento neoliberal dos "custos", o artigo legitimou essa argumentação.
Pelo menos, a ver pelos comentários em defesa do artigo de JMT, que raiam, a maior parte, a intolerância, o fundamentalismo, a ignorância e o total desrespeito pelo direito à vida de animais saudáveis, com o estafado argumento neoliberal dos "custos", o artigo legitimou essa argumentação.
A comparação só é absurda para quem não vive próximos de cães e gatos e/ou
acha que os humanos tem todos os direitos sobre o planeta (levem o artigo ao
Trump e aí está um tema explorar por este, nos seus Twiters ,para reforçar e
legitimar os seus argumentos em defesa das suas politicas contra a natureza e o
ambiente…).
Quando se misturam os preconceitos financeiros dos neoliberais com o
desrespeito pelos outros seres vivos temos a última crónica de JMT…
Vindo de quem vem não me espanta o “argumentário” de JMT. Sendo o mais
brilhante e credível defensor do neoliberalismo na nossa imprensa, tudo não
passa de aritmética.
Para os neoliberais somos todos um número no meio dos “mercados”. Sendo
assim porque é que os animais devem escapar a essa lógica?
Defender a eutanásia, "mesmo" quando falamos de cães e gatos, como forma de controle demográfico ou de redução de custos, aplicando-a, não a animais doentes ou em sofrimento, mas a tudo o que apareça pela frente, parece-me um primeiro caminho para legitimar os maus tratos e o desrespeito pela vida animal.
Defender a eutanásia, "mesmo" quando falamos de cães e gatos, como forma de controle demográfico ou de redução de custos, aplicando-a, não a animais doentes ou em sofrimento, mas a tudo o que apareça pela frente, parece-me um primeiro caminho para legitimar os maus tratos e o desrespeito pela vida animal.
Ao ler alguns dos comentários legitimados pela crónica de JMT,
lembrei-me de uma história que ouvi há muitos anos, embora nunca a tenha
conseguido confirmar:
Conta-se que aos jovens que ingressavam na Juventude Hitleriana
era-lhes entregue um cão ainda jovem e que os membros daquela organização nazi
tinham de tratar do animal durante uns anos. Quando chegavam a um patamar da
sua “formação”, os jovens recebiam uma pistola e, como prova da sua fidelidade
a Hitler e para “reforçar o carácter” tinham de abater o cão ao qual se tinham
afeiçoado. Se ultrapassassem a prova estavam em condições para matar qualquer
pessoa.
De facto, quem começa por maltratar ou “desumanizar” animais, acaba por
maltratar seres humanos…
Mas, agora a sério, voltando ao tema.
Existem muitas medidas que podem evitar a proliferação de gatos e cães
vadios, antes de estes irem parar a
canis:
- Proibir a importação e a venda de cães e gatos, bem como a sua
criação, enquanto houver um cão ou um gato no canil (com algumas excepções:
espécies portuguesas, animais para caça, animais para guiar cegos, para serviço
de polícia, busca e salvamento …);
- Penalizar com taxas pesadas quem não cumpre as leis sobre obrigação
de esterilizar ou chipar os animais domésticos e sobre maus tratos e abandono;
- Facilitar a vida a quem cumpre, nos transportes públicos, nos jardins
e nas esplanadas e penalizar quem não cumpre;
- Facilitar o aluguer de casas a quem tem animais de estimação;
- Esterilizar todos os animais encontrados e abandonados e, sempre que
possível e sempre que isso não cause problemas de saúde ou outros, devolver à
rua esses animais, que acabam por ser adoptados por “vizinhos” ou, nos casos
dos gatos, até podem contribuir para combater pragas;
- Criar um espaço para dez a vinte animais em cada freguesia do país,
entregando-se o excesso a canis municipais e a associações de protecção de
animais que possuam canis;
Nos canis só devem ficar casos mesmos extremos de dependência ou
necessidade e, em casos extremos, sim, os animais têm de ser abatidos.
Vão ver que algumas dessas medidas até não têm muitos custos e,
tomadas, podem reduzir o “problema”.
Percebo que tomar medidas “proibicionistas” ou “regularizar” situações
não seja do agrado dos neoliberais, que só respeitam a lei do “mercado”.
Mas tudo o resto é retórica, má fé, falta de respeito e de educação
cívica de gente mal formada e incivilizada (Diz-me com tratas os animais e
direi como tratas as pessoas e qual é teu nível de civilização!!!).
Tive um cão que viveu comigo quase até fazer 19 anos e fui busca-lo a
um canil, tenho, há cinco anos, duas cadelas que também fui buscar ao canil.
Não venham dizer que os animais, em especial os cães, não têm sentimentos, não
sofrem ou não temem a morte…
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