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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

40 anos de punk

Muitos consideram que o Punk nasceu em 1977, embora as suas raízes sejam anteriores.
Foi em 1977 que foi editado o single Good Save the Queen, considerado o tema fundador do movimento, tema da autoria dos Sex Pistols, banda criada em 1975.
Nessa ou noutra data, por cá associamos o movimento à segunda metade da década de 70.
Muitos de nós, marcados pelo pop/rock dos anos 60 e vivendo o crescente classicismo do rock sinfónico de bandas como os Pink Floyd, Yes, Genesis, Supertramp, Emerson Lake & Palmer, Camel, Gentle Giant, e tantas outras , estilo seguido por cá por bandas como os Tantra, Petrus Castrus, sem esquecer José Cid [sim, esse mesmo...] como seu histórico e mítico  10 Mil Anos Depois Entre Vénus e Marte, olhámos inicialmente para o punk com desconfiança, pois rompia com a técnica do rock sinfónico e com a musica mais série, a musica popular portuguesa, que então ainda ecoava como reflexo do 25 de Abril.
Recordo-me, aliás, do título de uma crónica do jornal "O Diário", diário oficial do PCP, bem revelador da desconfiança com que alguma esquerda olhava para a cultura punk, intitulada, com ironia e desdém, tentando ridicularizar o movimento,"Fazer a revolução com alfinetes".
Contudo fomos rapidamente conquistado pela irreverência revolucionária do punk que teve nos The Clash o seu lado mais intelectual e em músicos e grupos como Lou Reed, Patti Smith, Ian Curtis, e tantos outros, os seus legítimos herdeiros, que iriam marcar os anos 80 e o movimento "new wave" e, posteriormente, o chamado pós-punk, que continua por aí a dar cartas.
Por cá, lembro-me ainda do espaço punk a ser disputado por grupos como os Minas e Armadilhas e os quase desconhecidos Xutos e Pontapés, que estiveram presentes no final da década de 70 no casino da praia de Santa Cruz num dos primeiros concertos punk realizados em Portugal.
Não pretendo com este post, escrito de memória, fazer uma história do punk mas recordar aqui um movimento musical e uma atitude politico/cultural que muito marcou a minha geração, uma geração recém saída ressaca do PREC.
Aqui reproduzimos um interessante documentário sobre a "atitude punk" (em baixo apresentamos uma versão legendada em espanhol, mas sem som) .

 
 

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