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terça-feira, 16 de maio de 2023

O Clube de Bilderberg e uma anedota de Salazar


Já aqui escrevemos outros textos sobre o Clube Bilderberg. 

Acontece que esse "selecto clube" vai reunir-se esta semana em Lisboa, pouco se conhecendo, como é hábito na sua história, sobre o nome da maior parte dos convidados e sobre os temas aí tratados.

Apenas se sabe que essa organização "quase secreta" reune os homens mais influentes da política, da alta finança, da economia e do mundo universitário, os decisores mais poderosos do mundo.

Dessas reuniões apenas se sabe que saiem decisões que vão influenciar a vida da maior parte dos cidadãos do mundo, sem que estes tenham sido consultados para o efeito.

Não deixa de ser irónico que a maior parte dos participantes e organiadores desse evento, com caracteristicas quase mafiosas, passem a vida a falar em "democracia" e "liberdade" e se achem representantes do "mundo livre", mas tomam aí decisões pouco democráticas, não respeitando a liberdade de as conhecermos, achando-se no direito de estarem acima do escrutinio democrático.

Pelo contrário, muita dessa gente é responsável, por acção ou omissão, por muitas das desgraças que assombram este trágico século:  desigualdades e injustiças sociais; crescente militarização das relações internacionais; crimes ambientais...

Além disso, todo esse secretismo só serve par alimentar quer a desconfiança em relação às instituições democráticas que dizem defender, quer as teorias da conspiração que fazem crescer o populismo.

Não sei porquê, ironicamente, essa reunião de "poderosos" e "influentes" num único lugar, trás-me à memória uma anedota que corria nos tempos do Estado Novo:

Salazar, Américo Tomás e o Cardeal Cerejeira sobrovoavam o país num pequenos avião. Às tantas o cardeal Cerejeira abre a janela, atira uma nota de cem escudos e diz: - vou fazer um português feliz!. Não lhe querendo ficar atrás, Américo Tomás, faz o mesmo, só que desta vez com duas notas de cem escudos e diz: - vou fazer dois portugueses felizes!. Salazar, sovina como era,  a contragosto, mas não querendo ficar atrás do gesto dos outros dois, saca de três notas de cem escudos, abre a escotilha e, um pouco contrariado, atira-as pela janela, exclamando : - Vou fazer três portugueses felizes!. De dentro da cabine ouve-se o comentário do piloto para o co-piloto: - Se eu atirasse com esta merda por aqui abaixo fazia 10 milhões de portugueses felizes!.

Numa anedota idêntica que se passasse com alguns dos participantes do Clube de Bilderberg, era caso para dizer que o piloto não faria "apenas" 10 milhões de pessoas felizes, mas talvez uns 7 biliões...

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