Depois de alguns anos onde até apareceram alguns temas interessantes, nos lugares cimeiros da classificação, o Festival da Eurovisão regressou à sua habitual exibição de foleirada gritada.
Com a entrada, no inicio deste
século, dos países de leste, o Festival
desceu imenso de nível, devido à imagem estereotipada que esses países faziam
do popmusic, justificada pelas décadas em que andaram arredados da evolução que
se tinha registado na musica pop, sendo quase os únicos que apostavam nesse
festival, que perdia cada vez mais audiências no ocidente.
Nos últimos anos as coisas evoluíram
e muitos desses países começaram a apostar nas suas próprias raízes musicais, como
aconteceu o ano passado com a Ucrânia, com uma ajuda dos países ocidentais que
íam resistindo à colonização da língua inglesa, como foi o caso de Portugal, naquele
momento alto desse festival que foi a vitória de Salvador de Sobral.
Após esta vitória, e até este
ano, as coisas pareciam evoluir positivamente e as audiências regressaram.
Contudo, este ano foi o
descalabro.
Veremos no futuro se estamos
no regresso à decadência dos primeiros anos do Século, ou se este ano foi a
excepção numa viragem qualitativa que parecia avizinhar-se.
Ganhou uma canção que é um
remake manhoso de uma velha canção dos Abba e quase vencia Israel, um contrassenso
em relação às sempre decorativas mensagens de “paz” dos júris.
Não se percebe aliás o que faz
Israel neste festival, não só por razões geográficas, mas devido à recente
deriva politica extremista desse país, não muito diferente do caso Russo. É
caso para dizer que estamos, mais uma vez, num claro exemplo da aplicação dos dois pesos e duas
medidas.
As únicas participações que
fugiram à foleirice dominante deste ano, França, Espanha, Moldávia e Portugal,
ficaram todos classificadas abaixo da 15º posição.
É caso para dizer que voltámos
ao “Festival da Foleirovisão”.
1 comentário:
Grande verdade é o que temos.
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