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segunda-feira, 2 de maio de 2011

BIN LADEN ESTÁ MORTO...E AGORA?


Corpo de Bin Laden foi lançado ao mar - Mundo - PUBLICO.PT (clicar para ler a notícia).

A morte de Osama Bin Laden é uma boa notícia para o mundo, só comparável à morte de Hitler há mais de 65 anos.

Por principio não me dá especial alegria o assassinato de dirigentes políticos, mas existem excepções, como é o caso de Bin Laden.

Seria bom recordar que o terrorista chegou onde chegou graças ao apoio que lhe foi dado, inicialmente, pelos Estados Unidos, na guerra contra o comunismo no Afeganistão.

Objectivamente muitos dos seus actos serviram para justificar as mais hediondas opções político-militares da administração Bush, como o criminoso ataque ao Iraque .

Por vezes até parecia que Bin Laden só aparecia quando os neo-conservadores procuravam justificação para as suas atitudes criminosas.

Já aqui afirmei uma vez que Bush e Bin Laden eram as duas faces da mesma moeda.

Com a chegada de Obama ao poder as coisas mudaram e este conseguiu recuperar o tempo perdido pela administração anterior no ataque ao terrorismo, concentrando-se no essencial, o Afeganistão e o Paquistão, o verdadeiro centro do poder da Al-Qaeda e os resultados estão à vista, ainda antes do final do seu primeiro mandato.

Infelizmente o ocidente, via Nato, parece estar a cair no mesmo erro dos neo-conservadores, agora na Líbia. Não deixa de ser irónico que o anúncio da morte de Bin Laden tenha sido dado no mesmo dia em que se soube do assassinato selectivo, por forças da NATO, de um filho e netos de Kadafi.

Penso que o que se passa na Líbia é muito parecida ao que se passou no Iraque. A própria CIA já percebeu que esta não é uma situação idêntica ao que se passou na Tunísia ou no Egipto, e que há o risco das forças anti-kadafi estarem infiltradas por militantes da Al-Qaeda.

A senha anti-Kadafi, sem dúvida um dos mais sanguinários líderes do norte de África, está mais relacionada com a tentativa de disfarçar os negócios milionários que muitos dirigentes ocidentais, com Sarkozi á cabeça, fizeram como o ditador líbio, procurando limpar consciências com a irracionalidade dos bombardeamentos a Tripoli, do que com qualquer preocupação humanitária.

A morte de Bin Laden não é o fim do terrorismo, até porque, quer a guerra do Iraque, quer agora a guerra na Líbia, acabaram por disseminar e potenciar esse tipo de organizações cada vez mais perigosas, porque cada vez mais descentralizadas e dispersas.

A curto prazo esta é uma grande vitória da luta anti-terrorista e uma grande vitória para a humanidade, mas a acumulação de erros estratégicos por parte do ocidente pode fazer dela uma vitória parcial.

Seria bom que, no meio da euforia, se reflectisse sobra a origem de organizações terroristas com a violência de uma Al-Qaeda .

Ao mesmo tempo é muito provável que se venha a assistir, nos próximos tempos, a uma multiplicação de atentados terroristas contra o ocidente, uma forma dos seus seguidores “homenagearem” o seu líder.

O combate à ignorância e à intolerância, à pobreza e às desigualdades sociais, aos obscuros negócios do armamento e do financiamento dessas organizações, é a única maneira de, a prazo, acabar com o terrorismo.

Mas hoje é um grande dia e vamos recordar as vítimas de Bin Laden.

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