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segunda-feira, 9 de maio de 2011

UNIÃO EUROPEIA - MORRER, PRECOCEMENTE, DE "MORTE MACACA" AOS 61 ANOS?


Costuma-se dizer que é nas curvas apertadas da estrada que se revelam os bons condutores.

A União Europeia já teve de enfrentar muitas “curvas apertadas” da História e de todas elas sempre saiu reforçada.

Acontece que, ao longo da sua história, até meados da década de 90, na liderança da Europa e de muitos dos países fundamentais para cumprir o projecto europeu, estavam grandes líderes, pragmáticos, democráticos, cultos e civilizados.

Não é o caso do que se passa agora, na maioria esmagadora dos casos.

Aliás, muitos desses líderes, parece que se esqueceram dos objectivos do projecto europeu: ultrapassar a simples relação económica e financeira entre estados democráticos, alargando os benefícios de uma fronteira comum à maior parte dos cidadãos do espaço europeu, aprofundar a cidadania e a democracia europeia e desenvolver subsidiariedade e a solidariedade, aprofundando um modelo económico justo, assente num Estado Social que combata as desigualdades.

Pelo contrário, a pouca vergonha a que assistimos na sua liderança é a de um leque de dirigentes políticos assustados com as sondagens e as agências de rating, que trabalham para beneficiar um sistema financeiro cada vez mais predador, que adoptam as mais retrógradas e reaccionárias ideias de uma extrema-direita ultra-nacionalista a crescer rapidamente, receosos de um alargamento da democracia interna da União Europeia, cada vez mais vista como um empecilho ao cumprimento de deficits irreais e que cresceram para salvar os grandes predadores do sistema financeiro.

Infelizmente não se vislumbra, nas actuais lideranças incompetentes e irresponsáveis, uma única personalidade em quem os cidadãos europeus possam confiar para levar a Europa a bom porto.

Neste dia de aniversário, estamos a comemorar um ser gravemente doente, incurável e para quem não se vislumbra a oportunidade de comemorar, pelo menos, a mesma idade a que chegou o sistema soviético.

Aliás, a União Europeia enferma dos mesmos males que levaram à queda desse sistema: a falta de democracia, o afastamento entre as elites dirigentes e os seus cidadãos, o domínio económico e político por uma elite burocrática corrupta, um modelo económico incapaz de responder aos anseios dos seus cidadãos, a crescente desigualdade entre o centro e as periferias, e a falta de projectos de futuro.

O que hoje se comemora é cada vez mais um cadáver adiado.

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