No meio da barafunda geral vou começando a desbravar as minhas opções eleitorais.
Já escrevi que não vou abster-me, votar nulo ou em branco, porque o meu voto vale muito para ser assim desperdiçado. Se o fizesse, reforçaria a percentagem de votos no partido mais votado e daria a outros uma fatia do meu voto.
Não voto à direita, por isso excluo o PP das minhas opções eleitorais.
Tenho uma grande vontade de ver Sócrates pelas costas, estou farto dele, das suas mentiras, da sua arrogância, mas sei que Passos Coelho não é opção, nem tem grande margem de manobra para fazer diferente e, além disso, ainda não se demarcou dessa gente sinistra do Compromisso Portugal nem da suspeita de que pretende aprofundar a agressiva política neo-liberal iniciada por Sócrates.
Se a opção fosse entre Sócrates e Passos Coelho, sem outros partidos, não teria dúvidas em vota Passos Coelho. Não sendo politicamente muito diferente do actual Primeiro-ministro, é, pelo menos, um político mais sincero, menos arrogante e mais normal. A esquizofrenia política em que Sócrates mergulhou o país precisa de um travão e de um regresso à normalidade, com gente, de esquerda ou de direita, que saiba respeitar os adversários e que não faça constantemente da mentira um meio para se manter no poder e para distribuir benesses pelos amigos, que oiça a sociedade civil e que saiba dialogar.
Sei que um deles será o próximo primeiro-ministro, mas, para bem da democracia, sei que tem de haver uma representação política significativa de forças políticas alternativas ao poder do centrão, que façam o contraponto com o pensamento único neo-liberal, que defendam os interesses dos mais desfavorecidos e dos que trabalham, mesmo que nem sempre o façam da melhor maneira.
A democracia não é unanimista, e deve respeitar a existência de um voto de protesto e que represente uma visão do mundo diferente do pensamento único neo-liberal dominante. Quanto mais força tiver este voto, maior a pressão sobre os partidos do arco do poder para respeitarem a diferença, para respeitarem a sociedade e o trabalho e para se recordarem que existe mais vida para lá dos interesses financeiros.
À falta de reais opções à esquerda e realmente social-democratas, neste momento a minha opção de voto será pelo voto de protesto, entre o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista Português, mesmo que não concorde com muita coisa nestes dois partidos, mesmo que por vezes esses partidos pareçam parados no tempo ou usem slogans com sabor a bafio.
A não ser que ainda surja outra alternativa à esquerda, o meu voto será decidido entre aquelas duas opções. Não são as melhores? São as que existem. Aliás em política não existem opções perfeitas e ideais porque esta é feita por homens. Aliás, sempre que em política se procurou a perfeição esta deu origem aos maiores crimes humanitários.
E não me venham como o discurso do voto útil da esquerda. Neste momentoo único voto útil para a esquerda, para o país e até para o PS que ainda é socialista, seria aquele que corresse de vez com José Sócrates e o único que está em condições de praticar esse acto patriótico é...Pedro Passos Coelho.
E não me venham como o discurso do voto útil da esquerda. Neste momentoo único voto útil para a esquerda, para o país e até para o PS que ainda é socialista, seria aquele que corresse de vez com José Sócrates e o único que está em condições de praticar esse acto patriótico é...Pedro Passos Coelho.
2 comentários:
Obrigada. Ajudou-me a decidir: vou votar no BE (acho que tem o direito de saber qual o sentido da sua orientação...).
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