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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Aderimos à Greve Geral, uma pequena batalha na guerra ao poder financeiro

Penso que, nos dias que correm, fazer uma greve geral já não é suficiente para travar o actual processo de destruição da democracia e da dignidade humana que está em curso em Portugal e na Europa.

Mas a greve geral é ainda o último patamar antes de se chegar a vias mais radicais para combater a actual situação de retrocesso civilizacional em que o poder financeiro e os seus aliados políticos e ideológicos tentam lançar Portugal e a Europa.

A greve geral pode ter um significado como descarga de frustrações e de raivas contra o actual estado de coisas, contra uma “troika”, um governo e um orçamento que desrespeitam a democracia, a cidadania, o trabalho, a lei e a Constituição.

Mas hoje já não estamos perante um “mero” conflito social. Estamos em guerra.

Uma guerra desencadeada pelo poder financeiro, que se vai instalando sem legitimidade democrática, para já “apenas” na Grécia e na Itália, que ameaça a Espanha, a França e a Bélgica, que se move à sombra de “troikas”, bancos centrais, agências de rating, comissões europeias, srª Merkel, e outras instituições não democráticas, exigindo a destruição dos direitos sociais, dos direitos democráticos consagrados na lei e nas Constituições, dos rendimentos do trabalho, e da dignidade dos cidadãos, em nome da austeridade para “acalmar” os seus “mercados” e em nome da salvação dos especuladores e agiotas que nos querem lançar na miséria e, em ultima instância, na guerra.

A Greve Geral pode ser assim, “apenas” um forte aviso aos agentes locais desses poderes, uma primeira etapa pacifica, mas que deverá subir o patamar no modo de mostrar o descontentamento dos cidadãos, se esses poderes se limitarem a ridicularizar e a ignorar esse descontentamento.

A guerra desencadeada pelo poder financeiro contra os cidadãos europeus nunca poderá ser ganha pelos cidadãos e trabalhadores europeus se cada um se isolar no seu espaço nacional.

Daqui para a frente devemos usar as mesmas armas desse poder terrorista: a globalização da acção. As greves têm de ser europeias, as manifestações no mesmo dia em todas as capitais europeias e, se nada se alterar, as ruas devem ser ocupadas por toda a Europa até que esses poderes não democráticos cedam o seu lugar a uma comissão europeia eleita pelos cidadãos, a um banco central europeu controlado pelos cidadãos e a um presidente europeu escolhido livremente por todos nós que coloquem esses agiotas e especuladores no seu devido lugar: na ilegalidade.

Os cidadãos devem exigir depois a igualdade de direitos e deveres, sociais, económicos, financeiros e culturais, para todos os povos da União Europeia.

Se, pelo contrário, deixarmos que o poder financeiro, o seu “braço político”(os governos de direita que dominam a Europa, os burocratas da Comissão Europeia e do BCE) e os seus aparelhos ideológicos (a maior parte da comunicação social e das universidades de economia dominadas por esse memo poder financeiro) ganhem esta guerra, se nos e deixarmos adormecer ao som da austeridade sem fim e do pensamento único neo-libveral, então será bom que nos preparemos para o fim do Euro, da União Europeia, da paz e da relativa prosperidade em que nos habituámos a viver. Se eles vencerem, a Europa vai regressar à miséria e à barbárie de outras épocas, uma situação que não será  muito diferente do modo de vida da maior parte das populações africanas ou latino-americanas.

Pode já não ser em nome do nosso futuro, mas em nome das gerações mais novas e dos nossos filhos, que devemos usar todas as armas legitimas e democráticas ao nosso alcance para evitar essa situação.

Aderir a esta Greve Geral é um primeiro sinal de resistência…mas não vai chegar.

1 comentário:

Joaquim Moedas Duarte disse...

Estou contigo, caro Venerando.
Por isso transcrevi este texto no meu espaço.

Abraço!