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quinta-feira, 12 de março de 2009

Quatro anos de socratismo: a "reforma" permanente.

A “Revolução na Revolução” era o título de uma obra dos anos 60, de Regis Debray, um panegírico do regime de Fidel Castro e que pretendia defender a ideia, já anteriormente sustentada pelos trotskistas , da “revolução permanente”.
Ou seja, uma Revolução, para o ser, devia procurar sempre a novidade e envolver toda a sociedade nessa mudança permanente.
A mudança constante justificava tudo. O que era preciso era a novidade constante, levando muitas vezes a que já não se tivesse a noção das razões e objectivos que tinham estado na origem da revolução.
Foi essa postura que desencadeou, por exemplo, a “revolução cultural chinesa”, com os resultados conhecidos.
Esta ideia já era, aliás, muito querida das correntes modernistas do principio do século XX, principalmente do “futurismo”, e esteve na base ideológica de regimes totalitários, como o nazismo e o estalinismo.
Hoje, os nossos “pós-modernos” substituíram a palavra revolução pela palavra “reforma”, mas o objectivo é o mesmo. Com a agravante do uso e abuso da propaganda política na comunicação social.
A vertigem reformista tomou conta do chamado “socialismo moderno”, que em Portugal, nestes últimos quatro anos, tem sido muito bem representado pelo “socratismo”.
Há que reformar tudo e todos, mesmo passando por cima das pessoa ou desrespeitando direitos sociais.
O que se passa na educação é o melhor exemplo desse afã “reformista”.
O resultado desta preocupação em deixar “obra feita” , para ficar bem no retrato do “julgamento histórico”, esta "Reforma Permanente", está à vista nos resultados: estagnação do PIB, manutenção de um desemprego elevado, aumento da despesa pública, acentuar do desequilíbrio da balança comercial, aumento das desigualdades sociais.
Cada vez mais acredito naquela ideia, segundo a qual o melhor governo é aquele que não se dá por ele, deixando que as pessoas vivam a sua vida em paz e sossego.

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