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sexta-feira, 13 de março de 2009

Há "trânsfugas de direita" infiltrados no PS?

Numa pequena notícia publicada na página 6 do Público de hoje, da autoria da jornalista Sara Dias Oliveira, são referidas algumas declarações do socialista Strech Monteiro que merecem alguma atenção.
Acusa aquele médico, ex-deputado pelo PS entre 1995 e 1999, actualmente vereador sem pelouro na Câmara de Santa Maria da Feira, que existem “trânsfugas de direita” infiltrados no seu partido.
Considera ainda que “o PS está a desviar-se da sua matriz ideológica”.
Para Strech Monteiro há “infiltrados no PS que estão a transfigurar o partido” e que, se “o PS deixar de ser poder” quer ver onde eles vão parar.
Na minha opinião a postura de direita do PS tem raízes mais fundas.
Vivendo eu num concelho dominado, desde o pós 25 de Abril, pelo PS, tendo eu próprio militado, entre 1974 e 1975, neste partido, tenho sido surpreendido por muita gente que se tornou socialista porque este era o único modo de, na região, se afirmarem politica, ou mesmo profissionalmente.
A ideologia não lhes interessa para nada. Se dominasse o PSD, seriam social-democratas, se dominasse o PCP seriam comunistas, se vivessem na Coreia do Norte seriam fervorosos apoiantes do regime, nos tempos salazaristas seriam militantes “atentos e agradecidos” na União Nacional.
Durante algum tempo, pensava que esse oportunismo político fosse apenas apanágio de bases mal esclarecidas.
Contudo, olhando para o percurso “profissional”, “académico” e político do nosso primeiro-ministro o que é que vemos? Um ex-militante da JSD , que, para se poder afirmar numa região dominada autarquicamente pelo PS, muda rapidamente de casting e faz o percurso habitual já retratado no Conde de Abranhos do Eça.
Não, neste momento quem está “infiltrado” no PS são aqueles que se dizem de esquerda…

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