Depois do estratagema de virar os trabalhadores contra os presumíveis “privilégios” dos funcionários públicos, enfermeiros, médicos e professores, parece que agora está na moda considerar como privilegiados todos os que têm emprego, tentando virar os desempregados contra os trabalhadores. A velha táctica de dividir para reinar.
Quando a crise começou, logo alguns “opinadores” de serviço lançavam o mote: quem mantiver o emprego nesta conjuntura passa a ser considerado um privilegiado, e por isso, para manter o emprego, deve aceitar suspender os seus direitos, trabalhar mais horas e receber salários (ainda) mais baixos.
Claro que, quem fala e escreve assim, fá-lo de barriga cheia, muitas vezes beneficiando de anos e anos de actividade próxima do mesmo poder económico e político, responsável pela actual situação, e gozando de chorudas reformas, acumulando rendimentos vários, uns legítimos, outros nem tanto.
Depois foi vera vergonhosa entrevista com o chefe dos patrões portugueses, apelando á desumanidade nas relações laborais como forma de as empresas vencerem a crise.
Em Portugal, infelizmente, existem muitos patrões e poucos empresários. O verdadeiro empresário procura o bem estar profissional e pessoal dos seus trabalhadores (hoje diz-se “colaboradores”), cultivado a justiça salarial.
O mote foi logo seguido pelo presidente de uma empresa pública (que, mesmo em ano de crise, obteve lucros chorudos, graças à desgraça dos seus consumidores), apelando à bufaria na sua empresa , contra aqueles que “trabalhavam pouco”, recorrendo mesmo, quando necessário, à humilhação pública dos prevaricantes. “Edificante”, o vídeo exibido na TVI, mas, ao que parece, visto por pouca gente.
Agora tivemos um Silva Lopes, figura encostada ao poder político e económico desde os tempos de Marcelo Caetano, a defender, junto de uma entusiasmada plateia de patrões e gestores de topo, o congelamento dos ordenados ou mesmo a sua redução, retomando a ideia dos assalariados como privilegiados, pelo simples facto de não estarem desempregados.
Silva Lopes, depois de estar ligados, como técnico, ao marcelismo foi “só” governador do Banco de Portugal entre 1975 e 1980, Ministro das Finanças em 1978, consultor do FMI e do Banco Mundial, deputado na Assembleia da República entre 1985 e 1987 e Presidente do Conselho de Administração do Montepio Geral entre 2004 e 2008.
Será que já prescindiu das reformas privilegiadas que aqueles cargos lhe proporcionam?
Hoje o Público desmascara o mote do ataque aos “privilegiados”, revelando que apenas uma das empresas cotadas no índice da bolsa de Lisboa, o BES, promete cortar nos salários de luxo dos seus gestores. E aponta mesmo o caso da Sonae Industria que “foi mais ágil a anunciar o despedimento de 42 trabalhadores (…) do que em definir a política salarial” dos seus gestores para 2009.
Sobre os “privilegiados”, estamos falados.
Quando a crise começou, logo alguns “opinadores” de serviço lançavam o mote: quem mantiver o emprego nesta conjuntura passa a ser considerado um privilegiado, e por isso, para manter o emprego, deve aceitar suspender os seus direitos, trabalhar mais horas e receber salários (ainda) mais baixos.
Claro que, quem fala e escreve assim, fá-lo de barriga cheia, muitas vezes beneficiando de anos e anos de actividade próxima do mesmo poder económico e político, responsável pela actual situação, e gozando de chorudas reformas, acumulando rendimentos vários, uns legítimos, outros nem tanto.
Depois foi vera vergonhosa entrevista com o chefe dos patrões portugueses, apelando á desumanidade nas relações laborais como forma de as empresas vencerem a crise.
Em Portugal, infelizmente, existem muitos patrões e poucos empresários. O verdadeiro empresário procura o bem estar profissional e pessoal dos seus trabalhadores (hoje diz-se “colaboradores”), cultivado a justiça salarial.
O mote foi logo seguido pelo presidente de uma empresa pública (que, mesmo em ano de crise, obteve lucros chorudos, graças à desgraça dos seus consumidores), apelando à bufaria na sua empresa , contra aqueles que “trabalhavam pouco”, recorrendo mesmo, quando necessário, à humilhação pública dos prevaricantes. “Edificante”, o vídeo exibido na TVI, mas, ao que parece, visto por pouca gente.
Agora tivemos um Silva Lopes, figura encostada ao poder político e económico desde os tempos de Marcelo Caetano, a defender, junto de uma entusiasmada plateia de patrões e gestores de topo, o congelamento dos ordenados ou mesmo a sua redução, retomando a ideia dos assalariados como privilegiados, pelo simples facto de não estarem desempregados.
Silva Lopes, depois de estar ligados, como técnico, ao marcelismo foi “só” governador do Banco de Portugal entre 1975 e 1980, Ministro das Finanças em 1978, consultor do FMI e do Banco Mundial, deputado na Assembleia da República entre 1985 e 1987 e Presidente do Conselho de Administração do Montepio Geral entre 2004 e 2008.
Será que já prescindiu das reformas privilegiadas que aqueles cargos lhe proporcionam?
Hoje o Público desmascara o mote do ataque aos “privilegiados”, revelando que apenas uma das empresas cotadas no índice da bolsa de Lisboa, o BES, promete cortar nos salários de luxo dos seus gestores. E aponta mesmo o caso da Sonae Industria que “foi mais ágil a anunciar o despedimento de 42 trabalhadores (…) do que em definir a política salarial” dos seus gestores para 2009.
Sobre os “privilegiados”, estamos falados.
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