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sexta-feira, 27 de março de 2009

A propósito de uma efeméride - a luta política republicana na região Oeste,nos anos 30 (T. Vedras, Peniche e Lourinhã) - 4

A “Monte”…

Dadas as circunstâncias desistiram do seu plano e cada um seguiu a sua vida. O Rocha conseguiu fugir para Espanha, alistando-se num regimento republicano de Madrid, Martinez regressou à sua vida, na Serra da Vila, em Torres Vedras e o nosso Horta refugiou-se no Casal das Voltas, perto de Torres Vedras, protegido pelo dono do casal, Joaquim de Oliveira.
Poucos dias depois o casal foi cercado pela polícia. Alertado pelo Oliveira, Horta Catarino conseguiu fugir para a Quinta da Conceição, em Dois Portos, onde foi apoiado pelo caseiro desta, um tal Nogueira.
Entretanto Torres Vedras “fora cercada e rebuscada casa a casa, havendo horrores por lá” (p.70).
O Martinez foi preso “na sua casa na Serra da Vila” e “parece ter sido assassinado um comerciante muito conhecido como republicano que se atirou ou foi atirado de uma janela dos Paços do Concelho [de Torres Vedras] onde estava a ser interrogado” (p.70).
Horta Catarino prosseguiu a sua fuga, sendo escondido por um amigo, Leonel Filipe, em Seramena, perto do Sobral de Montagraço. Alguns dias depois foi aquela aldeia cercada pela polícia mas, mais uma vez, o Catarino conseguiu escapar, indo até á Malveira, onde foi apoiado por um sapateiro amigo, seguindo depois, de madrugada, até Belas, onde tinha apoio.
Desenvolvendo vários contactos, o nosso narrador continuou a tentar organizar uma insurreição contra o regime, uma delas a partir de Coimbra que acabou por se malograr mais uma vez.
Foi então que voltou a encontrar refugio perto de Torres Vedras, na Feliteira, na adega de Carlos Manata Carrasqueiro, fundador do ainda hoje conhecido restaurante “O Labrego”. Foi neste sítio que Horta Catarino acabou finalmente por ser preso pela Polícia Política, devido á traição de um tal João Comprido. Carlos Manata também foi preso.
Terminava aqui esta parte da vida aventurosa de Francisco Horta Catarino, aquele que nos despertou mais interesse por se passar na nossa região e na época dos anos 30, aqui evocada, a propósito do 60º aniversário do fim da Guerra Civil de Espanha.

1 comentário:

Anónimo disse...

Bastante interessante. Sou neta de Francisco Horta Catarino e ouvi algumas destas histórias na 1ª.pessoa.
Obrigada
Susana Catarino