Hoje é o Dia Internacional da Solidariedade para com as Pessoas Detidas e Desaparecidas.
Nós, que vivemos num Estado democrático e livre, já mal nos lembramos dos tempos em que qualquer pessoa podia ser arbitrariamente detida pelas suas opiniões.
Hoje podemos exprimir livremente as nossas opiniões neste grande espaço de liberdade que é a blogosfera.
Nem temos consciência do que é ser detido, ou, nos pior dos casos, desaparecer pura e simplesmente, por causa das nossas opiniões.
Damos de barato que a liberdade de expressão na internet é um dado adquirido. Custa-nos a acreditar ser possível impedir o livre acesso a esse gigantesco meio de comunicação.
Interrogo-me muitas vezes como teria sido possível ao “Estado Novo” censurar e perseguir os blogs, se existisse internet nesses tempos.
Contudo, alguns factos recentes mostram que é possível controlar o acesso á Internet.
Ainda ontem, numa daquelas notícias que passam em nota de rodapé num noticiário nacional, (passando praticamente despercebida pelo ruído de primeiro plano à volta da “grave situação para o futuro do país” que é a arbitragem de futebol), passava a notícia de que o governo chinês tinha bloqueado o acesso ao YouTube. Até ao momento não voltei a ouvir falar no caso. Parece-me contudo que tal atitude só pode ser possível com a colaboração das grandes empresas ocidentais que controlam a internet. Não seria a primeira vez que colaboravam nos actos de censura do estado chinês.
Situação mais grave, que, igualmente, passou praticamente despercebida, mesmo no meio da blogosfera, foi a notícia divulgada, na semana passada, num cantinho da página 21 do Público, do suicídio cometido, numa prisão iraniana, por um jovem blogger.
Omid Mir Sayafi tinha 25 anos e estava preso a cumprir uma pena de 30 meses, acusado por insultos, no seu blogue, ao guia supremo do Irão, o ayatolah Ali Khamenei.
Não se pense que este foi um caso isolados. Existe naquele país um “centro de delitos de Internet dos Guardas da Revolução”, que, nessa mesma semana, prendeu 26 pessoas, acusadas de manterem sites “anti-religiosos , obscenos e contra-revolucionários”.
Recorda ainda a mesma notícia que o governo iraniano foi o primeiro, em 2003, a tomar medidas contra os bloggers. O universo da blogosfera iraniano é um dos maiores a nível mundial, com 64 mil blogues.
Como se vê, é possível perseguir blogues, detendo os seus autores, embora por cá se possam adoptar formas mais subtis de controle e censura (de tipo económico, cultural ou judicial).
Para que esta não seja mais uma daquelas datas de que nós, ocidentais, tanto gostamos para “limpar” consciências e porque a nossa liberdade não está garantida, aqui prestamos homenagem, neste dia internacional de solidariedade para com as pessoas detidas e desaparecidas, a um dos primeiros “mártires” da blogosfera, jovem iraniano Omid Mir Sayafi.
Nós, que vivemos num Estado democrático e livre, já mal nos lembramos dos tempos em que qualquer pessoa podia ser arbitrariamente detida pelas suas opiniões.
Hoje podemos exprimir livremente as nossas opiniões neste grande espaço de liberdade que é a blogosfera.
Nem temos consciência do que é ser detido, ou, nos pior dos casos, desaparecer pura e simplesmente, por causa das nossas opiniões.
Damos de barato que a liberdade de expressão na internet é um dado adquirido. Custa-nos a acreditar ser possível impedir o livre acesso a esse gigantesco meio de comunicação.
Interrogo-me muitas vezes como teria sido possível ao “Estado Novo” censurar e perseguir os blogs, se existisse internet nesses tempos.
Contudo, alguns factos recentes mostram que é possível controlar o acesso á Internet.
Ainda ontem, numa daquelas notícias que passam em nota de rodapé num noticiário nacional, (passando praticamente despercebida pelo ruído de primeiro plano à volta da “grave situação para o futuro do país” que é a arbitragem de futebol), passava a notícia de que o governo chinês tinha bloqueado o acesso ao YouTube. Até ao momento não voltei a ouvir falar no caso. Parece-me contudo que tal atitude só pode ser possível com a colaboração das grandes empresas ocidentais que controlam a internet. Não seria a primeira vez que colaboravam nos actos de censura do estado chinês.
Situação mais grave, que, igualmente, passou praticamente despercebida, mesmo no meio da blogosfera, foi a notícia divulgada, na semana passada, num cantinho da página 21 do Público, do suicídio cometido, numa prisão iraniana, por um jovem blogger.
Omid Mir Sayafi tinha 25 anos e estava preso a cumprir uma pena de 30 meses, acusado por insultos, no seu blogue, ao guia supremo do Irão, o ayatolah Ali Khamenei.
Não se pense que este foi um caso isolados. Existe naquele país um “centro de delitos de Internet dos Guardas da Revolução”, que, nessa mesma semana, prendeu 26 pessoas, acusadas de manterem sites “anti-religiosos , obscenos e contra-revolucionários”.
Recorda ainda a mesma notícia que o governo iraniano foi o primeiro, em 2003, a tomar medidas contra os bloggers. O universo da blogosfera iraniano é um dos maiores a nível mundial, com 64 mil blogues.
Como se vê, é possível perseguir blogues, detendo os seus autores, embora por cá se possam adoptar formas mais subtis de controle e censura (de tipo económico, cultural ou judicial).
Para que esta não seja mais uma daquelas datas de que nós, ocidentais, tanto gostamos para “limpar” consciências e porque a nossa liberdade não está garantida, aqui prestamos homenagem, neste dia internacional de solidariedade para com as pessoas detidas e desaparecidas, a um dos primeiros “mártires” da blogosfera, jovem iraniano Omid Mir Sayafi.
1 comentário:
Prefiro acreditar que em Portugal não há censura deste tipo. Censura ha sempre, em qualquer situação, em qualquer lugar. Mas impedir as pessoas de se expressarem é demasiado descabido.
A China, em alguns assuntos, é um país muito atrasadinho...
Enviar um comentário