Pesquisar neste blogue

domingo, 20 de setembro de 2009

PS/PSD - "Esmiuçando" as diferenças...

O mote está dado.

Incapaz de se descolar do PSD nas sondagens, pela dificuldade em conquistar votos à esquerda, por falhar a “estratégia” de se travestir de homem de esquerda e por não conseguir demarcar-se do seu governo anti-social, José Sócrates recorre aos “pesos - pesados” da esquerda dos seu partido, Manuel Alegre ontem, Mário Soares hoje, para tentar convencer-nos que o “seu” PS ainda é um partido de esquerda, defensor das causas sociais e do reforço do Estado Social.

O problema é que, no seu discurso, onde procurou mostrar as diferenças entre o PS e o PSD, o que disse Manuel Alegre encaixa-se, que nem uma luva, naquilo que foi a realidade da governação de José Sócrates, nestes últimos quatro ano.

Afirmou Manuel Alegre que “a lógica do Estado mínimo traz consigo uma lógica de asfixia social” ou que, quando “se esvazia um direito social, estão a enfraquecer-se os direitos políticos”.

Ora, não foi a “lógica do estado mínimo” e do esvaziamento dos direitos sociais, tudo o que José Sócrates andou a apregoar e a fazer na educação, na saúde (principalmente no tempo de Correia de Campos), na função pública e na segurança social, nos últimos quatro anos?

Com a agravante que o fez recorrendo aos argumentos da inveja social contra os presumíveis “privilégios” dos médicos, dos professores e dos funcionários públicos em geral, desautorizando-os e lançando-os às feras de uma opinião pública guiada pelo miserabilismo educativo e económico, que também se acentuou durante o seu governo, uma atitude que vai ter consequências sociais graves durante muito tempo.

Mais do que as diferenças existentes entre o PS e o PSD, o que Manuel Alegre disse parece referir-se mais àquilo que são as diferenças entre o que se esperava que fosse um governo socialista de maioria absoluta e aquilo que, de facto, foi o governo de José Sócrates.

Compreendo o drama de homens como Manuel Alegre (ou António Arnaut, ou António José Seguro, ou Ferro Rodrigues…) perante um PS , transformado por Sócrates (ou por Armando Vara, por Pina Moura, ou por Jorge Costa…), num incaracterístico partido neo-liberal e anti-social e de "negócios".

As diferenças estão aí, à vista de todos, na realidade cultural, económica e social construída estes últimos quatro anos por José Sócrates: maior conflitualidade social, mais desemprego, maior endividamento, gente mais infeliz com a sua profissão, maior desigualdade social.

... E nem tudo se pode atribuir à “crise”.

Sem comentários: