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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Nestas eleições: o que é perder e o que é ganhar...


NO PS

Uma vitória do PS parece assegurada, é o que indicam todas as sondagens.
Uma parte dessa vitória o PS terá de agradecer à actuação do Presidente da República no caso das escutas.
Outra, mais do que por mérito próprio, fica a devê-la ao descalabro da campanha do PSD e a um certo descrédito do BE face às propostas radicais que apresenta em termos económicos e financeiros.
De qualquer modo a dúvida encontra-se na gradação dessa vitória.
Se voltar a obter uma maioria absoluta, hipótese que ganha alguma consistência nestes últimos dias, será uma vitória esmagadora e retumbante.
Se ganhar sem maioria absoluta, que é a hipótese quanto a mim mais viável e justa, pode festejar ainda se mantiver uma distância significativa do PSD e o espectro parlamentar saído destas eleições lhe permitir governar com acordos pontuais com um único partido que não o PSD.
Se, contudo, ganhar por uma margem pequena em relação ao PSD, necessitando de negociar com mais do que um partido ou com o PSD para governar, será uma vitória com sabor a derrota a prazo.
Qualquer outro resultado, isto é, uma derrota eleitoral, será uma derrota esmagadora e que custará a cabeça de Sócrates à frente do partido.




No PSD

A única vitória para o PSD será a de vencer estas eleições, seja qual for a diferença em relação ao PS. Uma maioria absoluta deste partido parece totalmente improvável.
Neste caso, a vitória máxima que podia obter depende do resultado do PP/CDS.
Se vencesse sem maioria mas se conseguisse formar maioria à direita, esta seria uma grande vitória para o PSD.
Uma meia vitória seria, apesar de não ganhar as eleições, ficar muito próximo do PS, podendo preparar-se par uma vitória a prazo, mas provavelmente com outro líder, na hipótese provável, nestas condições, de eleições antecipadas daqui a um ou dois anos.
Uma derrota à distância do PS, uma distância que seja superior a 7 ou 8%, é uma derrota para o PSD e uma derrota pessoal de Ferreira Leite e que abrirá feridas profundas na relação do partido com Cavaco Silva, que será responsabilizado por esta situação. Infelizmente para o PSD, este parece o resultado mais provável.




No Bloco de Esquerda

Uma vitória do Bloco será tornar-se em definitivo o terceiro partido, ultrapassar os 12 deputados eleitos e contribuir para a perda, por parte do PS, da maioria absoluta, tornando-se assim o partido com mais condições para negociar acordos parlamentares com um PS em minoria. As sondagens apontam para este desfecho.
Uma vitória menos significativa seria, mantendo os resultados acima previstos, o PSD vencer as eleições.
Será sempre uma vitória, seja qual for o resultado dos restantes partidos, aumentar o seu número de votos e de deputados, face aos resultados de 2005.
Uma quase derrota é se a CDU se confirmar como terceira força política.
Uma derrota total seria manter-se como quinto partido e não chegar aos dois dígitos, quer em número de deputados, quer em percentagem e ver o PS obter uma maioria absoluta.




Na CDU

Uma grande vitória para a CDU era manter-se como terceira força política, ultrapassar o número de 14 deputados que tem actualmente, e chegar aos dois dígitos percentuais e ver o PS perder a maioria absoluta
Uma vitória relativa seria, apesar de perder a posição de terceira força política, subir em número de eleitores em percentagem e em deputados, com o PS sem maioria.
Uma derrota era manter a percentagem abaixo do 8%, não conseguir aumentar a sua representação parlamentar.
Uma grande derrota era, para além das condições mencionadas no parágrafo anterior, tornar-se na quinta força Política, derrota que seria ainda maior se o PS obtivesse uma maioria absoluta.


Nos Pequenos Partidos

Qualquer pequeno partido, obterá uma grande vitória se conseguir eleger um deputado, situação que parece possível no distrito de Lisboa e estar ao alcance do Movimento Esperança Portugal.
Uma pequena vitória obterá o partido de segunda linha que se torne a 6ª força política.
Qualquer outro resultado prefigura uma derrota, uma pequena derrota, já que a maior parte deles também não alimenta grandes ambições.


NO CDS/PP
Tornar-se a terceira força política seria uma grande vitória para este partido.
Se a essa condição se juntasse uma vitória relativa do PSD, e ficasse em condições de formar maioria com ele, então seria uma vitória esmagadora.
Uma vitória relativa e subir em percentagem, em eleitores e em deputado, seja qual for o vencedor.
Uma  derrota será manter-se atrás do Bloco e da CDU, mesmo que mantenha os deputados e a votação de 2005, situação que custará o lugar de Paulo Portas.
Tudo o que seija abaixo disto seria uma imprevisível grande derrota.


E PARA MIM…

Para mim, uma grande derrota será o PS ganhar com maioria absoluta.
Uma vitória será o PS não conseguir a maioria absoluta e registar-se um crescimento significativo dos partidos à sua esquerda, vendo com bons olhos a entrada no parlamento do MEP (ou do Partido Ecologista/Humanista).
Qualquer outro resultado é-me indiferente.

1 comentário:

Joaquim Moedas Duarte disse...

Tenho acompanhado o teu esforço de reflexão. Obrigado.
Subscrevo muitas das tuas ideias.