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sábado, 7 de fevereiro de 2009

Um Partido quase de "esquerda", quase "moderno", quase "não radical"

Consta que num comício do PS, realizado ontem em Coimbra, o nosso venerável primeiro definiu o PS com um partido de "esquerda, moderno e não radical".
Que o dirigente máximo desse partido tenha de vir a público reafirmar que o PS é de esquerda, é já um bom sinal da desorientação ideológica que reina por aqueles lados.
De facto, todas as sondagens indicam que o PS se mantem em vantagem, mas à custa do eleitorado de direita que, cada vez mais, se identifica com as políticas de Sócrates.
Será de esquerda um partido que toma medidas sociais gravosas contra quem trabalha, passa a vida a malhar nos sindicatos e se pavoneia de braço dado com banqueiros e patrões e adora dirigentes do futebol ?
E, já agora, o que quer dizer com ser "moderno"? Não vivemos todos na modernidade? Este é um dos adjectivos mais vazios que pode ser utilizado, revelador até de uma atitude provinciana. A não ser que se esteja a referir aos tiques "socráticos" do estafado discurso do políticamente correcto, ou à aceitação, no seu programa eleitoral, do casamento gay. Mas esta questão só pode passar por fracturante ou "moderna" num país ideológicamente atrasado. Esta questão não levante qualquer objecção, da esquerda à direita, ou mesmo à extrema-direita, na Europa "moderna" (vejam-se recentes casos de políticos assumidamente homossexuais na Holanda ou na Inglaterra). Se quisessem ser "modernos" tinham resolvido essa situação nesta legislatura.
Por último, quanto ao não radicalismo do PS, este "valor" cai pela base cada vez que discursa Augusto Santos Silva, Maria de Lurdes Rodrigues ou o próprio Sócrates... para além de revelar uma grande confusão entre ser radical, isto é, ir à raíz dos problemas, e ser extremista.
De facto a confusão reina por aqueles lados

1 comentário:

Joaquim Moedas Duarte disse...

Exactamente!

Exactamente, amigo Venerando!