Pesquisar neste blogue

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

A Verdadeira "Campanha Negra"

A verdadeira Campanha Negra é aquela que se está a assistir de, a reboque da grave crise económico-financeira que o mundo atravessa, se procurar atacar os direitos de quem trabalha.
O discurso que se começa a generalizar, vindo dos comentadores do costume (os que, ainda não há muito tempo, defendiam a política de Bush ou, internamente, as medidas deste governo no sector da educação), procura defender a ideia de que, manter o trabalho, nos dias que correm, é uma espécie de privilégio.
Logo, justificar-se-ia o abandono do chamado “modelo social europeu” como forma de garantir o emprego. Este seria uma espécie de dádiva, pois “mais vale ter algum rendimento, mesmo sem direitos, do que viver dos subsídios estatais”.
De facto, a nível mundial, por parte dos mesmos dirigentes políticos, ideólogos e economistas que levaram o mundo à situação actual, parece que, com o pretexto da crise, provocada pelo progressivo empobrecimento da classe média e pela ganância especulativa de uns poucos, se procura justificar uma rápida descapitalização do trabalho, com o objectivo de, assentando na aceitação do trabalho precário e/ou sem direitos, se conseguir um novo relançamento da economia, com o regresso aos lucros chorudos dos últimos anos.
Com essa gente, os mesmos de sempre, a liderar a política, a opinião e a economia, este grave momento para a humanidade não chegará a bom porto, sem graves convulsões políticas e sociais.
Como se viu em Davos, essa gente, humanamente pouco recomendável, não aprendeu nada, não deixando de ser sintomático que a única medida concreta, saída desse encontro, fosse a defesa da manutenção do falhado ”comércio livre”, cuja expansão desregrada teve os graves custos que estão à vista.
O tal “comércio livre” que eles defendem, só foi possível através do dumping social que acentuou desigualdades, entre regiões e, transversalmente, no interior de cada país .
Fazem lembrar aqueles velhos e patéticos dirigentes soviéticos que continuavam a defender o indefensável, já depois do muro ter ruído.

Sem comentários: