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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

A Igreja, o PS, e o casamento gay

Para o bem e para o mal, a Igreja Portuguesa e o PCP têm muita coisa em comum.
Ambas as instituições são fundamentais na sociedade portuguesa, pois são as únicas que defendem sincera e consequentemente os pobres e desvalidos da nossa sociedade de consumo e as únicas que respeitam quem trabalha.
São as únicas que em Portugal, de forma coerente, criticam o capitalismo selvagem e neo-liberal que desgraça este país.
Contudo, embora a Igreja Portuguesa tenha conhecido, nos últimos anos, uma significativa evolução no seu discurso social e político, tanto a Igreja como o PCP enfermam do mesmo defeito. Continuam agarrados a velhos dogmas que a história se encarregou de enterrar.
Vem isto a propósito da mais recente manifestação da hierarquia da Igreja em relação à proposta de casamentos homossexuais.
Estamos de acordo que a proposta do PS é pura propaganda eleitoral, puro oportunismo político, eivado até de um certo cinismo.
Diz a Igreja, e com razão, que esta proposta visa apenas desviar a atenção de outros problemas mais importantes para o país.Mas da forma como o está a fazer acaba por contribuir para desviar mesmo a atenção do essencial.
Não devia ser a Igreja a primeira a dar o exemplo, tomando posição sobre os verdadeiros problemas que interessam à sociedade, tais como as discriminações de todo o tipo, a selvajaria capitalista e neo-liberal ou a defesa do nosso ambiente e da do nosso património?
E já agora, sobre a pretensa superioridade moral do casamento tradicional, a própria Igreja deve saber o que se passa em termos de violência conjugal, de violência sobre menores ou de abandono das suas responsabilidades em relação à educação dos seus filhos, por parte de muitas "famílias tradicionais".
A única satisfação de toda esta situação é ver o PS ainda mais desorientado, agora que tem pela frente mais uma "inimigo".

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