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domingo, 15 de fevereiro de 2009

A Democracia que Dita que Dura...

Confesso que, inicialmente, até senti alguma admiração pelo homem, pela coragem com que enfrentou o poder norte-americano na América Latina e por ter iniciado, por via democrática, uma profunda transformação política nesse sub-continente que o levou a uma progressiva independência face ao neo-colonialismo a que o vizinho do norte o submeteu ao longo de quase dois séculos.
Contudo, o excesso de populismo e alguns desvarios da sua actuação política recente, levaram-me a um crescente afastamento dessa figura incontornável da América Latina dos nossos dias que é Hugo Chávez.
O povo Venezuelano vota hoje, em referendo, a possibilidade desse dirigente se perpetuar no poder por tempo indeterminado.
Mesmo que esta decisão venha a ser legitimada nas urnas, coloca em causa uma das mais velhas democracias daquele continente, mostrando, mais uma vez, que nem tudo o que é decidido por voto democrático é legítimo.
Continuo sem perceber o apego ao poder de certas personagens. Para mim a política não devia ser uma carreira, mas um serviço limitado no tempo.
Por coincidência, por cá, hoje é dia de outra figura que está a transformar a democracia numa caricatura, José Sócrates, ser reconduzido, sem opositores internos, na liderança do PS, num escrutínio à norte-coreana.
Tristes tempos para a democracia!

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