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quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Recordar Jack Kerouac


Há 40 anos, no dia 21 de Outubro de 1969, morria Jack Kerouac, de cirrose hepática.

Tinha apenas 47 anos mas era uma das figuras mais emblemáticas da literatura norte-americana, apelidado do pai da “Beat Generation”.
Nascido em Lowell, no Massachusetts, em 12 de Março de 1922. Quando entrou para a Universidade de Columbia em Nova Iorque, graças a uma bolsa obtida com jogador de futebol americano, conheceu Neal Cassady, Allen Ginsberg e William S. Burroughs.
Em 1950 publicou o seu primeiro livro, The Town and the City, assinando como John Kerouac, obra fortemente influenciada por Thomas Wolfe e bem aceita pela crítica.
Mas foi com o livro “On the Road” (“Pela Estrada Fora”) que se tornou conhecido.
Esta obra, considerada uma espécie de Bíblia da Beat Generation, foi escrita em três semanas, em Abril de 1951, inpirando-se na sua experiência pessoal de viajante no México e nos Estados Unidos. O manuscrito foi rejeitado por várias editoras e só seria editado em 1957.
As suas obras seguintes não tiveram o mesmo êxito e, além disso, afastou-se dos seus fãs quando, nos anos 60, resolveu criticar o movimento Hippie e apoiar a Guerra do Vietname.
A sua obra póstuma, “Visions of Cody”, publicada pela primeira vez integralmente em 1972, é considerada pelos especialistas o seu melhor livro.
Ao todo escreveu vinte livros de prosa e 18 de ensaios, cartas e poesia.

Algumas Palavras de Kerouac

1

“Assim, na América, quando o sol se põe, eu me sento no velho e arruinado cais do rio olhando os longos, longos céus acima de Nova Jersey, e consigo sentir toda aquela terra crua e rude derramando-se numa única, inacreditável e elevada vastidão, até a costa oeste, e a estrada seguindo em frente, todas as pessoas sonhando naquela imensidão, e em Iowa eu sei que agora as crianças devem estar chorando na terra onde deixam as crianças chorar, e você não sabe que Deus é a Ursa Maior? A estrela do entardecer deve estar morrendo e irradiando sua pálida cintilância sobre a pradaria, reluzindo pela última vez antes da chegada da noite completa, que abençoa a terra, escurece todos os rios, recobre os picos e oculta a última praia, e ninguém, ninguém sabe o que vaiacontecer a qualquer pessoa, além dos desamparados andrajos da velhice”

2

"Aqui estão os loucos. Os desajustados. Os rebeldes. Os criadores de acaso. Os pinos redondos nos buracos quadrados. Aqueles que vêem as coisas de forma diferente. Eles não curtem regras. E não respeitam o status quo. Você pode citá-los, discordar deles, glorificá-los ou caluniá-los. Mas a única coisa que você não pode fazer é ignorá-los. Porque eles mudam as coisas. Empurram a raça humana para a frente. E, enquanto alguns os vêem como loucos, nós os vemos como geniais. Porque as pessoas loucas o bastante para acreditar que podem mudar o mundo, são as que o mudam."

3

“Um dia hei de renascer numa grande cidade de outro sistema planetário, no passado ou no futuro, onde uma única montanha de 5 quilómetros de altitude se recorta no céu azul - com toda a compaixão que sinto dentro de mim, a única coisa que vou precisar é da sabedoria da terra."

1 comentário:

Anónimo disse...

Há muito que não pensava em Kerouac e nas suas palavras. Só li a obra que todos (alguns de nós) lemos há muito tempo já que hoje está um pouco esquecido.
Obrigada por teres recordado um bom escritor