("Nas Caldas : Vendedora de pinhões em dia de mercado - Cliché de Benoiel",in Illustração Portugueza nº 180 de 2 de Agosto de1909)
Na sua edição de 30 de Agosto de 1909 (depois de o anunciar na capa do dia 2), publicava a “Illustração Portugueza” uma reportagem fotográfica da autoria de Joshua Beneloiel, acompanhada de um pequeno texto descritivo, provavelmente da autoria desse fotógrafo, sobre a feira de Agosto das Caldas da Rainha, uma descrição que podia encaixar perfeitamente nas muitas feiras que então se realizavam na região Oeste, e cujo conteúdo não resistimos a transcrever:
“FEIRAS PORTUGUESAS – A FEIRA das Caldas
“A feira das Caldas é uma das mais interessantes do paiz pelo grande numero de pessoas que ali concorrem idas de Lisboa e de outros pontos próximos, principalmente porque ella se faz a 15 e 16 de Agosto, e sendo o primeiro d’estes dias de festa tradicional muita gente se dirige à feira da localidade. A physionomia d’essa feira é curiosa. Grande numero de excursionistas pelos arruados onde as vendedeiras apresentam os seus taboleiros de bolos e das saborosas cavacas que são productos da villa; há também logares de louças baratas e bugigangas do typo antigo que tornaram celebre a povoação onde Raphael Bordallo devia realisar uma renovação artistíca; montões de fructas expõem-se n’aquelle tumultuar do mercado no qual photgraphos ambulantes, pelotiqueiros e vendedores dos mais extravagantes objectos fazem o seu negocio. E nota dominante da feira são os varapaus ferrados, os marmeleiros nodosos e fortes que teem grande venda como as cestas e outros productos dos arrabaldes que toda a gente quer trazer como recordação d’esse passeio a uma das mais pittorescas localidades do paiz, próximo de Lisboa, famosa pelas suas louças e pelas suas aguas medicinaes”.
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