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domingo, 24 de maio de 2009

Aberto ao Público o "último reduto" de Picasso


A partir de hoje, e até ao próximo dia 27 de Setembro, está a aberta ao público, no Museu Granet de Aix-en-Provence, França, a exposição “Cézanne e Picasso”.
Simbolicamente, foi igualmente aberto ao público, pela primeira vez, o castelo de Vauvenargues, na mesma região, última morada de Picasso.
Neste castelo tudo se encontra tal e qual como o deixou Picasso quando morreu: “Picasso podia ter morrido ontem. É a sensação que produz visitar o castelo de Vuavenargues e “violar” o espaço do atelier onde trabalhava o mestre”, refere o jornalista do El Mundo Rubén Amón, na sua reportagem, publicada no site daquele periódico espanhol em 19 de Maio último, que antecedeu a abertura oficial de hoje.
Todas as salas do castelo, desde o quarto de banho decorado pelo pintor com um fauno e árvores que cobrem a sua parede, até ao seu quarto, cuja cabeceira está decorada com a bandeira da Catalunha, revelam a presença ainda forte da vida daquele grande pintor.
Esta fortaleza foi adquirida por Picasso em 1958 e aí encontrou sepultura quando faleceu em 1973, estando junto de Jacqueline , num túmulo quase invisível, coberto por um montículo de erva fresca, próximo a uma escultura feminina, rodeada por cedros.
Picasso comprou este castelo por se encontrar nas proximidades da montanha de Sainte Victoire, que tinha sido o tema de 80 pinturas de Cézanne, que antecipou os caminhos do cubismo. Foi o modo de Picasso estar próximo daquele que considerava o seu mestre.
Nunca o tendo conhecido pessoalmente, sempre revelou grande devoção por Cézanne.
Numa carta enviada a Brassai, Picasso referia-se àquele pintor pós-impressionista como o seu “único mestre”: “Passei anos a contemplar os seus quadros. Passei anos a estudá-los”, confessava o artista espanhol.
Na exposição agora inaugurada no Museu Granet revela-se toda a influência de Cézanne na obra de Picasso.
Essa influência “pode apreciar-se” em diversos níveis, com explicou ao jornalista do El Mundo Ludmila Virassamynaikinen, a franco-indiana responsável por aquele museu: "Cézanne abriu o caminho da desconstrução e da descodificação das coisas e insistiu muito na solidez da arte”, explorando temas que Picasso repetiu: “as naturezas mortas, o fumador, o saltimbanco, a mulher”. A ambos pouco interessava “o narrativo e muito o formal”.
Esta exposição constrói-se no diálogo entre os dois pintores, “como se a linguagem vanguardista de Picasso olhasse de relance o património de Cézanne”.

2 comentários:

Luis Eme disse...

não sabia desta ligação, nem tão pouco do castelo.

via Picasso em Paris...

teresamaremar disse...

Muito interessante este post. Desconhecia que o corpo se encontrava aí.


cumprimentos