No passado dia 3 de Maio teve lugar um memorável concerto no Medison Square Garden, em Nova Iorque, para homenagear e comemorar o 90º aniversário de Pete Seeger.
Tive o privilégio de, no dia 2 de Dezembro de 1983,, ter assistindo a um grande concerto de Pete Seeger no actual Pavilhão Rosa Mota.
Entre o público estava presente o Zeca Afonso, já doente, e que foi saudado por todos nós, numa das suas últimas aparições públicas.
O concerto de homenagem a Pete Seeger, realizado este Domingo só foi assombrado pelo facto das autoridades americanas terem impedido a presença do cantor cubano Silvio Rodríguez Domínguez.
Na ocasião foi divulgada a carta que este enviou de Cuba, abaixo transcrita:
Tive o privilégio de, no dia 2 de Dezembro de 1983,, ter assistindo a um grande concerto de Pete Seeger no actual Pavilhão Rosa Mota.
Entre o público estava presente o Zeca Afonso, já doente, e que foi saudado por todos nós, numa das suas últimas aparições públicas.
O concerto de homenagem a Pete Seeger, realizado este Domingo só foi assombrado pelo facto das autoridades americanas terem impedido a presença do cantor cubano Silvio Rodríguez Domínguez.
Na ocasião foi divulgada a carta que este enviou de Cuba, abaixo transcrita:
“Respeitado e querido Mestre Pete Seeger:
“Nestes momentos está-se celebrando o concerto de homenagem que dezenas de cantores justamente te oferecem. Passam pela minha mente algumas das vezes que tive o privilégio de desfrutar de teu talento seductor de multidões. Assim te recordo em Havana, cantando solidario junto com o Grupo de Experimentación Sonora; assim te recordo naquela tournée dedicada a Víctor Jara, por várias cidades da Itália; (…).
“Tratei de voltar a estar contigo hoje, mas, como bem sabes, não me deixaram chegar os que não querem que os Estados Unidos e Cuba se juntem, se cantem, se falem, se entendam. São os que pensam que o mundo se divide em poderosos e em fracos; os que só apreciam os que são ricos e fortes. São os que não nos perdoam que ainda sendo pequenos tenhamos decidido viver de pé. A realidade grita que cada vez devem ser menos estes brutos, mas de alguma forma essa minoria ainda impera e manda. Alguns deles viram um perigo em que nos encontrássemos e que um simples acto de fraternidade simbolizasse a união de dois povos vizinhos que podem coincidir em canções e afectos.
“Tratei de voltar a estar contigo hoje, mas, como bem sabes, não me deixaram chegar os que não querem que os Estados Unidos e Cuba se juntem, se cantem, se falem, se entendam. São os que pensam que o mundo se divide em poderosos e em fracos; os que só apreciam os que são ricos e fortes. São os que não nos perdoam que ainda sendo pequenos tenhamos decidido viver de pé. A realidade grita que cada vez devem ser menos estes brutos, mas de alguma forma essa minoria ainda impera e manda. Alguns deles viram um perigo em que nos encontrássemos e que um simples acto de fraternidade simbolizasse a união de dois povos vizinhos que podem coincidir em canções e afectos.
“Mas não só eu, querido Pete: todo meu digno e sem dúvidas maioritário país te admira, te respeita e celebra as tuas honráveis nove décadas com defensor da justiça social, da paz e da cultura.
“Aqui ninguém te vê como um perigo senão como um extraordinário amigo que não nos deixam abraçar com a liberdade que quiséssemos. Por isso, mais que eu, toda esta Cuba que te quer, bloqueada ainda pelos abusadores, está a teu lado agora cantando teu profética We Shall Overcome e nossa “martiana” Guantanamera.
“Um beijo para Toshi e um forte abraço para ti de Silvio Rodríguez Domínguez.”
Reproduzimos em baixo algumas das fotografias publicadas pelo “Daily News” sobre esse evento, onde são visíveis Arlo Guthrie, Bruce Springteeen ou Joan Baez, que marcaram presença, com muitos outros músicos, nessa festa de Seeger.
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