Charles Spencer Chaplin nasceu em 16 de Abril de 1889 em Lamberth, bairro pobre de Londres, por ironia do destino, apenas quatro dias antes do nascimento de Hitler (e no mesmo mês do nascimento do "nosso" ditador de estimação, este no dia 28), ele que foi autor de uma das mais famosas caricaturas desse futuro ditador no filme "O Grande Ditador".
Filho de artistas de "music-hal", sofreu grandes privações na infância. Em 1908 é contratado por uma companhia de teatro britânica, onde conhece o famoso Stan Laurel (o "estica" dos "Bucha e Estica").
Nas suas digressões desloca-se a Paris e aos Estados Unidos em 1910 e 1912, conhecendo Mack Sennett que o contrata para uma produtora de Hollyood, lançando-se no mundo do cinema em 1914, conhecendo a partir de então o êxito que se conhece.
Sobre a importância e o humanismo da obra de Charlot, não resistimos a transcrever o que disse Alves Costa no seu livro Memórias do Cinema:
"Mais ou menos Charlots, todos nós somos. Mas Charlot não é só a nossa caricatura, é também a nossa vingança (...). Ele, ao menos, no meio dos seus infortúnios, pode deitar um gelado no decote da grande dama da "alta"; ele, ao menos pode retribuir os pontapés no rabo que todos nós recebemos dos valentões, dos prepotentes e dos polícias.
"Não é muito mais corajoso do que qualquer um de nós. Mas o seu engenho, a sua malícia, a sua argúcia, a sua irreverência, dão-lhe uma ousadia que gostaríamos de ter.
"Na sua solidão, na sua inadaptação ao meio, apesar dos maus tratos que a vida lhe dá, tem artes e tem força de deitar de cangalhas, pelo ridículo, convenções, preconceitos,vaidades, hierarquias e todas as formas de falsa moral, de falsa caridade, de falsa superioridade, de falso poder".
Como sempre, Charlot continua bem actual.
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