Portugal está a ser alvo do ataque criminoso dos piratas das finanças.
Quando até empresas sólidas e que mantêm lucros fabulosos, apesar da crise, estão debaixo de fogo desses criminosos das empresas de rating, seria caso para questionar a credibilidade dessas mesmas agências, o que, aliás, já foi feito pelo Congresso dos Estados Unidos.
Contudo, o que é que nós vemos?
O governo esfrega as mãos de contentamento, acusando a oposição, ao ter chumbado o PEC IV, de ter lançado o país no caos, e quase que justificando a atitude dessas agências mafiosas.
A oposição, principalmente aquela que pertence ao chamado “arco do poder”, vê neste ataque especulativo a consequência da irresponsabilidade do governo e …quase que justificando a atitude dessas agências mafiosas.
O Presidente da República, nesta hora grave, assobia para o lado, até porque, segundo o próprio já afirmou, não devemos ofender nem irritar o bando de salteadores das agências de rating .
A “Europa”, cada vez mais o “espaço vital” da Srª Merkel, vê na atitude desses arruaceiros do mundo das finanças uma espécie de castigo divino sobre as “etnias” “miseráveis” e “preguiçosos” do sul, e limita-se a assistir, convencida que não é nada com ela, fazendo passar a imagem de uma Europa a duas velocidades e do “salve-se quem puder”.
Ainda ninguém se interrogou sobre a metodologia “científica” dessas empresas de agiotagem ou sobre a seriedade dos seus rankings.
Ainda ninguém questionou o método de assalto dos abutres dessas agências, que é ir destruindo, estado a estado, primeiro a Grécia, depois a Irlanda, agora Portugal,começando pelo elo mais fraco, isolando cada Estado, até chegarem ao cerne da sua ganância, que é o de destruir a credibilidade do euro e o pouco que resta da “Europa Social e Solidária”, fazendo da Europa um oásis de mão de obra qualificada barata e um terreno aberto de “caça” aos lucros especulativos da banca.
Não sei se pensam que esses bandos de hienas se vão ficar por aqui. Virá depois a Espanha, a Itália, a Bélgica… a Inglaterra talvez se safe, por não ter o euro, mas chegará a vez de todos, até da poderosa Alemanha.
Ficam imunes os Estados que estão fora do euro, como a Suécia ou a Dinamarca, ou mesmo da União Europeia, como a Suíça, a Noruega e a Islândia. Esta última, aliás, em recuperação galopante da grave situação financeira que lhe aconteceu. Passa-se assim a mensagem, que devia preocupar os europeístas, segundo a qual é mais fácil ultrapassar a crise se não se estiver ligado ao Euro ou à União Europeia.
Enquanto esses “mercados” continuarem a receber a mensagem segundo a qual, na Europa, não há solidariedade entre Estados, ninguém tenciona travar a sua cavalgada especulativa, pensando que, livrando-se dos países e dos povos incómodos, oferecidos em “sacrifício” para aplacar esses “mercados” e agradando, aceitando e credibilizando as suas sugestões financeiras, não vão atrair sobre si a senha criminosa dessas agências, esses “mercados” prosseguirão a sua actuação de massacre e “limpeza étnica” económico-financeira sobre os Estados soberanos da Europa.
Agora é a nossa vez…amanhã, quando a “Europa” acordar, será tarde de mais.
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