Se observarmos com atenção o dia de ontem, 1º de Dezembro, este foi um dia cheio de ironia.
Senão, vejamos:
Com a presença destacada dos reis de Espanha, assinalou-se ontem, com pompa e circunstância, a entrada em vigor do Tratado de Lisboa, o que não deixa de ser duplamente irónico se nos lembrarmos que se comemorava , no mesmo dia, o dia da “restauração” de 1640, tão glosado para nos envenenar contra o “perigo” espanhol e tão caro a um certo nacionalismo bacoco anti-europeu.
Não deixou igualmente de ser irónico que as primeiras-damas da América latina, presentes em Portugal, esposas de dirigentes republicanos e oriundas do continente onde o republicanismo mais cedo foi implantado, tivessem escolhido a única representante de um regime monárquico presente, a Rainha de Espanha, para as representar nos agradecimentos à hospitalidade que receberam em Portugal.
Mas houve mais: No mesmo dia do imenso foguetório comemorativo do Tratado e do encerramento da Cimeira Ibero-americana, eram divulgados os dados que davam conta dos níveis de desemprego atingidos no país, mais de 10%, os piores dos últimos 30 anos em Portugal.
Lá por fora, não deixou igualmente de ser irónico ver o recém nomeado Prémio Nobel da Paz, o Presidente Obama, a poucos dias de receber esse prémio, anunciar um reforço do contingente militar do seu país no Afeganistão.
Todos esses factos são mais que suficientes para subscrever uma petição que transforme este dia no Dia Internacional da Ironia.
Aqui fica a "sugestão"!
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