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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O "Meu" Sismo...


Tinha-me deitado há poucos minutos e como costumo fazer, depois de alguns minutos de conversa com a M…, peguei num livro. Actualmente estou a ler a monumental biografia de Hitler de Ian Kershaw na versão “reduzida” de quase mil páginas.
Recordo-me que, depois de uma subida significativa da temperatura durante a tarde, tinha arrefecido rápidamente a partir do fim da noite, e de ter comentado o frio que estava quando me deitei.

A meio da leitura adormeci, acordando de repente com o livro a cair por cima de mim e sem ter marcado a página onde ia. Procurei a página e o marcador, mas como entretanto tinha voltado a despertar resolvi fazer um último esforço para acabar aquele capítulo antes de adormecer de vez.

Passavam poucos minutos da uma e trinta quando ouvi um ruído surdo, seco e profundo e de imediato uma força estranha parecia empurrar a cama para cima, mas sem a abanar. Aliás nada abanou no quarto, apenas aquela força profunda acompanhada do ruído, que se prolongou para lá dos cerca de 10 segundos que durou a minha percepção do tremor de terra.
Ao meu lado a M….. acordou, não tinha dado por nada, no mesmo momento em que a minha filha, no outro quarto, perguntava, afirmando, que sentia um tremor de terra, o primeiro sentido por si.
A A.. I.. telefonou, também o tinha sentido.
O meu cão, o"Calvin", continuou  a dormir impávido e sereno.
Eu comentei que aquele tinha sido forte, devia ser de uma escala de 4 ou 5 graus.
Ouvimos o noticiário das duas da Antena 1 que confirmava o tremor de terra, na escala de 6, com epicentro perto de S. Vicente.

Até esta manhã registaram-se 15 réplicas. Soube-se que durou dois minutos (mas só senti os dez segundos referidos) e que, se tivesse um epicentro mais próximo de terra, tinha sido muito destrutivo.
Ontem lembro-me de ter comentado o tempo “esquisito” que fez a partir da tarde. Depois do imenso frio registado desde o terça-feira, ontem sentia-se um bafo de “calor” quando se saia de casa ou da escola, cujo interior estava mais frio. As ruas estavam cobertas de um manto de humidade.

Que me recorde, só o de 1969 foi mais forte sentido na minha história de vida, e já não sentia nenhum há uns vinte anos, sendo este o primeiro que senti na minha casa actual, onde vivo há mais de quinze.
Mesmo esse não o senti tanto. Estava a dormir, lembro-me vagamente de umas janelas do quarto a abanar, que eu atribui ao vento, e depois  ter sido acordado de vez pelos meus pais. Aqui em Torres Vedras o de 1969 abriu rachas nalguns edifícios. Lembro-me de uma que atravessava de alto a baixo a fachada do edifício da antiga “Física”, onde funciona hoje a Câmara.

O desta madrugada não terá sido o tão esperado “Big-One”, mas ficará na memória de muitos.

1 comentário:

Unknown disse...

Pois!!!!
cá por este lado não se sentiu nada!!!!
Acho que o "peso" dos papéis dos últimos dias deu uma ajudinha!!!!

Mas ainda bem!!!!
Acho que o de 1969 me deixou com a minha conta de sensações tremeliquentas q.b.!!!!

Então...boa noite!!!! eheheh