Vi este fim-de-semana “AS LINHAS DE WELLINGTON” e gostei.
No essencial parece-me que o filme trata com rigor a época
histórica, as paisagens são credíveis, pelo menos aquelas que eu conheço, pese
um ou outro pormenor que levanta algumas dúvidas, como a presença de freiras
inglesas no Hospital da Misericórdia de Torres Vedras.
O filme relata o percurso das tropas anglo-lusas que se
retiram do Buçaco para as Linhas, todo o
cortejo de povo que as segue em fuga desordenada, e a perseguição que é movida
pelas tropas de Massena.
O maior interesse do filme
reside no cruzamento de várias histórias individuais, mas reside também
aqui a maior fragilidade, já que existem personagens que se desaparecem muito rapidamente
da história , e algumas até eram bem
curiosas, como o padre guerrilheiro que ataca os francesas com o grito de “abaixo
a liberdade, viva a Virgem Maria”, acompanhado com um andor com a imagem da
Virgem. Ou a do pintor que acompanha Wellington, Levêque, um dos responsáveis
pelas gravuras das batalhas, uma espécie de “foto repórter” da época.
Como o filme será transformado em série, pode ser que
algumas dessas personagens recuperem alguma consistência na série.
Os diálogos e as histórias são credíveis e retractam bem o
medo, a coragem, a desorganização e o oportunismo que marcaram a vivência de um
época tão dramática, um dos momentos mais trágicos da nossa história.
Valeria Sarmiento está de parabéns pela realização deste
filme, que é também uma homenagem ao seu marido Raul Ruiz, que idealizou este
filme mas faleceu antes de iniciar a sua rodagem.
Portal Cinema: Linhas de Wellington - Poster & Três Clips (clicar para ver mais informações e partes do filme).
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