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sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Ideias para um mundo novo ou, como atingir o poder financeiro onde mais lhe dói: na carteira...


Irei aderir à próxima Greve Geral, mas penso que o movimento sindical tem de encontrar outras formas de luta mais eficazes e estruturantes.
Seria interessante, por exemplo, recuperar velhas práticas sindicais, algumas das quais estiveram na sua origem.
Uma delas foi o mutualismo, uma prática muito ligada aos primeiros movimentos sindicais.
Antes de haver segurança social, o mutualismo representou um importante factor de auxilio aos operários na doença, no desemprego e na velhice.
Nos tempos que correm há que recorrer a velhas práticas abandonadas, adaptadas às circunstâncias actuais, como forma de combater o poder financeiro.
Uma proposta que devia avançar entre os sindicatos, mas que tinha de se desenvolver a nível de toda a Europa, era a criação de um Banco, com características mutualistas na sua gestão, para onde todos os trabalhadores da Europa deviam canalizar as suas poupanças e, ao mesmo tempo, o depósito dos seus salários.
Obedecendo a um código de ética no que respeita à aplicação dos seus capitais, podia aceitar igualmente como associados pequenas e médias empresas que respeitassem os direitos sociais dos seus trabalhadores.
Esta medida abalaria fortemente a arrogância do mundo financeiro, ao mesmo tempo que travava a especulação financeira de accionistas e administradores gananciosos, feita com o dinheiro dos depositantes dos bancos capitalistas, a maior parte tendo por base o depósito de salários e poupanças dos trabalhadores.
Com o tempo, esse grande banco mutualista dos trabalhadores europeus passaria a incluir todo o tipo de seguros e até contas poupança para a reforma.
Mais do que as greves, uma medida como esta seria mais dolorosa para os especuladores financeiros, pois iria atingir fortemente onde mais lhes dói, que á na carteira…
Alguém, com influência e conhecimentos, estará interessado em dar o primeiro passo nesse sentido?
(A título de curiosidade, talvez não seja por acaso que os dois únicos bancos portugueses com características mutualistas, a Caixa Agrícola e o Montepio, são muito pouco falados na actual conjuntura. É que a sua realidade vai bem mais longe e tem outros horizontes para lá da pura especulação financeira. Talvez por isso, e que se saiba, estejam de boa saúde).

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