("A evolução dos parasitas")
Costuma dizer-se que é nas curvas apertadas da estrada que se revelam os bons condutores.
Infelizmente, nesta “curva apertada” em que se está a tornar a “crise”, o que se tem vindo a revelar, em termos políticos, económicos e financeiros, é a proliferação de maus “condutores”, e mais grave ainda, que andam a “conduzir” mal desde que têm responsabilidades. Só não se deu pela sua má “condução” há mais tempo, porque só tinham “conduzido” em linha recta, em “via dupla”, sem “movimento” contrário e em “carros” seguros e de alta cilindrada.
Um desses “condutores” tem um nome e um rosto: chama-se Victor Constâncio.
Segundo a biografia oficial, entrou para o Banco de Portugal em 1975, como “Director do Departamento de Estatística e Estudos Económicos. Foi Vice-Governador em 1977, 1979 e em 1981-84. Exerceu as funções de Governador em 1985 e em 2000-10, integrando o Banco Central Europeu e integrando o Conselho do. Em 2010 foi nomeado Vice-Presidente” deste Banco.
O seu ordenado mensal é de mais de 17 mil euros, fora mordomias várias.
Não deixa de ser curioso ouvi-lo a pôr a hipótese de redução salarial para os trabalhadores do público e privado, caso as medidas tomadas pelos governos europeus, e em especial o português, não surtam o efeito desejado.
Acontece que o sr. Constâncio não é propriamente um anjinho, caído agora de pára-quedas no meio da crise.
Conforma se vê na sua biografia oficial, está desde longa data ligado ao Banco de Portugal, instituição, paga por todos nós para supervisionar as instituições financeiras.
Toda gente sabe que a grande crise financeira que atravessamos foi provocada pela forma irresponsável como as instituições financeiras usaram o dinheiro dos seus depositantes, através de um apelo agressivo ao consumo e ao crédito fácil, na ânsia da obtenção rápida de lucros com os juros assim obtidos.
O conjunto dos nove maiores bancos portugueses, acreditando que esse maná ia durar sempre, endividaram-se na banca mundial num montante equivalente ao PIB nacional.
Agora, com a crise, estão aflitos com o juro desse empréstimo e procuram que seja o Estado, através do aumento de impostos e da “contenção salarial”, quiçá reduzindo os já parcos salários portugueses, que crie condições, junto das criminosas agências de rating, par que esse juro possa baixar, de modo a regressarem aos lucros chorudos do passado.
E o que é que fez aquele senhor, durante todo o tempo em que liderou o Banco de Portugal? Nada, a não ser um constante apelo à contenção salarial dos outros.
Se em Portugal existe um rosto responsável pela crise que todos estamos a pagar, esse rosto é o de Vítor Constâncio.
Qual foi a pena em que foi condenado por tanta irresponsabilidade? Um “tacho” ainda maior e mais bem pago no BCE.
Sobre a credibilidade desse sr. e das instituições que representa, estamos falados…
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