Há um tipo de gente neste país que se acha superior a todos à sua volta.
A sua vaidade e auto convencimento são alimentados por um plêiade de jornalistas, políticos e escolas de gestão e economia que os consulta e os contrata como se eles fossem as pitonisas do mundo moderno, convidando-os para manterem colunas de opinião em jornais de referência, participarem em painéis, debates ou como consultores e professores.
Essa gente sabe pôr-se em bicos de pés, através da sua participação regular em manifestos, em congressos, em grupos de pressão, em fundações, num frenesim constante de protagonismo.
… e, como “em terra de cegos quem tem um olho é rei”, as suas opiniões são ouvidas religiosamente, mesmo que só digam o óbvio, muitas vezes em versão boçal ou disparatada.
Todos eles vivem acima das posses do comum dos mortais, uns conquistaram pensões vitalícias com uma dúzia de anos (ou menos) de trabalho nos ministérios, em cargos políticos, em bancos, em empresas públicas ou privadas.
Claro que quando nos referimos a empresas privadas para onde essa gente trabalhou, estamos a referirmo-nos geralmente a empresas que sempre beneficiaram de contactos e apoios privilegiados com Estado, através dessa mesma gente que ocupou cargos públicos ou políticos com informação privilegiadas e que, ao deixarem esses cargos, receberam como prémio cargos de “gestão” nas empresas que beneficiaram enquanto ocuparam esses mesmos cargos públicos.
Claro que esse tipo de gente sempre existiu e vai continuara a existir.
Que vivam de rendimentos e/ou pensões, pagos , directa ou indirectamente, pelos contribuintes, usufruindo de ordenados ou pensões que nenhum técnico superior dos quadros “normais” da função pública algum dia sonha alcançar, vá que não vá.
Agora, que passem a vida a sugerir, como panaceia para resolver a crise, que muitos deles criaram enquanto ocuparam esses cargos, cortes nos vencimentos e nas pensões dos outros, chegando mesmo ao desplante de fazer cair sobre os desempregados e os mais pobres a responsabilidade pela crise, começa a ser demais e começa a saturar.
Mas mais grave ainda é que o sr. Presidente da República dispensa algumas horas do seu precioso tempo para os ouvir dizer aquilo que já se sabe que vão dizer.
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