(Cartoon de Quino - clicar na imagem para ver maior)
Parece que hoje vão reunir em Bruxelas os Ministros das Finanças da União Europeia.
Dessa reunião só podem ser esperadas duas coisas:
Ou a cedência habitual à chantagem das agências de rating e aos obscuros interesses financeiros mundiais (aquilo que eufemísticamente os serviçais dessa gente designa por “mercados”), apertando ainda mais o cinto ao capital produtivo, aos trabalhadores e aos contribuintes ;
Ou tomam medidas corajosas:
• em primeiro lugar responsabilizando o BCE e o seu patético presidente pela incapacidade em prever e encontrar soluções para a crise;
• em segundo lugar combatendo frontalmente a especulação financeira, começando por assumir os off-shores como actividade criminosa de fuga ao fisco e denunciando os interesses que movem as empresas de rating, tomando a iniciativa de criar uma agência de rating europeia independente dos criminosos interesse especulativos;
• em terceiro lugar seguir a sugestão do presidente da Grécia de investigar o papel que os grandes bancos (em especial os norte-americanos) tiveram na eclosão da crise financeira, que é aliás o que o presidente Obama está a fazer no seu país, investigando os seis maiores bancos de Wall Street. Segundo Papandreou, o objectivo dessa iniciativa que ele tomou para a Grécia, mas que devia ser seguida para toda a Europa, é pretender saber “que tipo de práticas contribuíram para o descalabro nos mercados financeiros”, admitindo processaros bancos “que possam ter contribuído, com as suas práticas” para a crise financeira;
• em quarto lugar, tomar medidas drástica de regularização dos mercados financeiros.
Infelizmente não acredito nas medidas “corajosas” dessa gente, pois ninguém “morde” na mão que lhe dá de comer.
Se mais uma vez saírem daí medidas para que sejam os de sempre a continuar a pagar a crise, pela minha parte, e contra as minhas convicções, não contem nunca mais com o meu voto em eleições europeias.
Para o bem da Europa, espero estar enganado.
( A propósito, leiam a interessante entrevista que João Ermida deu ao Público de hoje. Ele conheceu por dentro o mundo da bolsa e, desgostoso com o que viu, resolveu denunciar, em livro, a forma como esse mundo funciona e decide da vida de milhões de pessoas).
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