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quarta-feira, 26 de maio de 2010

... Europa ao fundo!

Por mim, penso que isto já não vai lá com greves gerais ou manifestações certinhas e ordeiras num capital isolada de um país europeu.

O descalabro financeiro da Europa é de tal ordem e os dirigentes políticos e financeiros , assim como os economistas, mostram um tal desacerto e uma tal cegueira nas soluções apresentadas e um tal desrespeito pelos cidadãos em geral e, em particular, pelos trabalhadores e empresários produtivos, que só uma mudança radical de regime na Europa pode dar ainda às futuras gerações alguma esperança de futuro.

Neste momento , só um Greve Geral , juntamente com manifestações em várias capitais, convocadas para a mesma hora e para o mesmo dia em toda a Europa ou, pelo menos, nos países ( Portugal, Grécia, Irlanda, Itália, Espanha, Inglaterra e França) que estão a ser alvo de um verdadeiro ataque terrorista por parte dos decisores financeiros dos bancos, da bolsa, das empresas de rating e da corrupta classe política governante, pode obrigar essa gente a tomar as medidas de que todos nós precisamos e que são, a saber:

- a transformação da Europa numa verdadeira comunidade económico-social, com direitos e deveres sociais, impostos, preços e salários idênticos em todos os países;

- um combate concertado em toda a Europa contra a fuga ao fisco , contra o branqueamento de capital com origem mafiosa e contra a corrupção económica e financeira;

- a ilegalização dos off-shores, com a confiscação de todos os bens aí depositados por cidadãos, empresas ou bancos europeus;

- a criação de uma empresa europeia de rating, credível e independente do sistema financeiro;

- o combate à desigualdade social, tomando medidas para encurtar, num prazo de dez anos, o leque de rendimentos obtidos pelo trabalho para um máximo de 1 por 10 em toda a Europa comunitária;

- um controle apertado sobre operações bolsistas e financeiras;

- a imposição de uma percentagem mínima de 50% de acções controladas por quem trabalha e é proprietário das empresas;

- regras apertadas para o funcionamento dos bancos;

-combate, por todos os meios , a todo o tipo de operações especulativas;

-desenvolvimento concertado entre toda a Europa de uma rede bem organizada de transportes públicos, rápidos, baratos e eficientes;

- uma aposta forte na melhoria dos sectores educativo, de saúde e de justiça, sectores que devem ser maioritariamente controlados pelos Estados;

- combate, nas estâncias internacionais, ao dumping social praticado pelas chamadas potências emergentes;

- combater por todos os meios o desemprego;

- aumentar a qualificação dos europeus;

- incentivar o uso e a produção de energias alternativas e de “produtos verdes”;

- incentivar a industria cultural europeia.

Infelizmente, nem uma destas medidas vai ser aplicada ou sequer defendida pela classe política e pelos economistas europeus.

Vão continuar a defender as medidas de sempre, como a desvalorização do poder salarial dos trabalhadores, a manutenção de incentivos e privilégios para as actividades especulativas, deixando arruinar as actividades empresariais verdadeiramente produtivas, continuando a incentivar roubo programado aos rendimentos dos cidadãos, através do aumento de impostos e da redução de salários e benefícios sociais.

Quando já nada restar para satisfazer a ganância de uns poucos, a Europa transformar-se-á num continente empobrecido, politicamente fraco, sem forças para continuar a sua caminhada, alvo fácil de guerras e pilhagens de todo o tipo.

Entretanto, os responsáveis já estarão longe, nos seus paraísos fiscais, vivendo do que saquearam à população Europeia.

Se não é isto que querem para vocês e, principalmente, para os vossos filhos, então, de uma vez por toda, unam-se e combatam por todos os meios legítimos ao vosso alcance a corja que governa, financeira e politicamente esta Europa dos nossos tristes dias….

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