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quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Não discutimos o "Deus" euro, Não discutimos a "Pátria" União Europeia, Não discutimos a Autoridade da Troika e do Tratado orçamental...


No meio da histeria que se abateu sobre os pequenos gobelzinhos do comentário político e económico, um dos argumentos mais usados em defesa do afastamento de partidos da esquerda da àrea do poder, e na diabolização dos mesmos, tem sido o de os acusar de  "anti-europeistas" e  de "eurocepticismo" e de "desrespeitarem" tratados e  instituições europeias.

Para esses, questionar a forma desastrada como nasceu o euro, e a responsabilidade desta moeda na decadência da União Europeia e no empobrecimento dos seus cidadãos, é ser "euroceptico" ou "anti-europeu" .

Para esses, questionar o caminho anti-social que tem sido seguido  por eurocratas não eleitos e por instituições sem controle democrático, ao longo da última década, é ser "euroceptico" e "anti-europeu".

Para esses, questionar a forma como foram elaborados alguns dos mais desastrosos tratados europeus, aprovados nas costas dos cidadãos europeus e, na maior parte das vezes, por instituições não democráticas, como o BCE, o Eurogrupo ou o Conselho Europeu, é ser "eurocéptico" e "anti-europeus".

Para nós, a única forma de salvar o que resta do projecto solidário e democrático da União Europeia só pode passar por discutir muitas daquelas decisões e combate-las.

E discuti-las e combate-las não quer dizer que não se respeitem os compromissos e os tratados, enquanto estiverem em vigor.

Mas respeitar compromissos, principalmente quando eles foram decididos por outros,  nas nossas costas e em nosso nome,  não quer dizer que se concorde com eles e que não se trave uma batalha legal e política para os aperfeiçoar ou rever.É assim que funciona a democracia.

Os verdadeiros "eurocepticos", os verdadeiros "anti-europeus", são os que insistem num caminho que vai levar a Europa ao desastre social, económico e político.

Os avisos já estão aí, por toda a parte.

Continuar a  insistir que discutir o "Deus" Euro , discutir a "Pátria" União Europeia, ou discutir a Autoridade (ou "austeridade"?...) dos tratados, como o tratado orçamental, imposto por instituições não democráticas, é ser-se "euroceptico" ou "antieuropeísta", leva-nos a recordar outros tempos em que esse tipo de retórica , noutro contexto histórico, também era utilizado como propaganda ideológica: 


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