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quarta-feira, 21 de outubro de 2015

HOJE, ÀS 16.29 HORAS, CHEGAMOS AO "FUTURO" -


Hoje é o dia do "futuro" da série Regresso ao Futuro, mais concretamente do segundo filme da série estreado em 1989.

Das previsões dos filme para o dia 21 de Outubro de 2015, algumas confirmaram-se. muitas nem por isso (como se pode ler AQUI).

Não é primeiro caso em que as previsões sobre o futuro, mais do que reflectir sobre esse futuro, se baseiam nas condições do presente em que foram ficcionadas, como"mera" metáfora das preocupações contemporâneas dos seus autores.

No principio do século XX a revista "Ilustração Portuguesa" editava uma série de ilustrações onde se previa o futuro, para o final do século, da cidade de Lisboa. Era uma Lisboa cheia de dirigíveis no céu e dominada pela arquitectura do ferro, tudo aquilo que então era o que despontava de mais moderno na época dessa publicação.

Uma outra famosa obra "futurista", "1984" de George Orwell, publicada em 1949, refelectia mais sobre a realidade dos totalitarismos (nazismo e stalinismo) da época em que foi escrita do muito longe, a não ser como metáfora, da realidade de 1984. 

Curiosamente, se a obra era uma critica feroz ao stalinismo, o ano  a seguir ao de 1984 foi o que marcou a chegada ao poder de Gorbachev que acabou com os últimos resquícios do stalinismo (cujo fim se começou a anunciar-se em 1956).

Também Stanley Kubrick não escapou à "prisão do presente" na sua obra futurista "2001 Odisseia no Espaço" de 1968, ano anterior à chegada do primeiro homem à Lua, obra que se baseou num livro de Stanley C. Clarke. 

O entusiasmo pela conquista do espaço que então se vivia acabou por se revelar menos promissor do que aquilo que era previsto por Kubrick, mas o mais significativos dos limites em pensar um futuro que não consegue prever a imprevisível realidade, foi o facto de, nesse "2001" ainda existir uma União Soviética que tinha acabado, na realidade, dez anos antes.

As imagens que projectamos no futuro são muito mais um retrato do "presente" em que as imaginamos do que uma previsão.

No fundo, o sal da vida é mesmo a imprevisibilidade do dia seguinte, bem mais imaginativo do que a mais fértil imaginação futurista.

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