O confronto que ontem se registou, frente à residência oficial do primeiro-ministro, entre a polícia e um grupo de sindicalistas, parece-me totalmente desproporcionado em relação à situação.
A forma como os sindicalistas foram tratados parece reflectir, na prática, muito da propaganda e retórica anti-sindical destilada por muita comunicação social nos últimos tempos, mercê da escrita ou dos comentários de muito “fazedor de opinião” (todos bem pagos para isso…), de muitos economistas e professores de economia, politólogos, de alguns políticos e de alguns patrões.
Não sei, portanto, se o que ontem aconteceu, terá sido um acto isolado ou se denota já um novo nível de reacção anti-sindical. O tempo o dirá.
Seria bom, contudo, que tais “opinadores”, responsáveis morais pelo aumento de violência verbal anti-sindical, tivessem bem a noção do que será, perante a situação actual, o protesto deixar de ter o controle sindical e passar a ser liderado por sectores mais radicalizados da sociedade.
Ponham os olhos na Grécia, em Inglaterra ou em França e pensem duas vezes antes de debitarem o vosso ódio anti-sindical.
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