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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

2011 - A odisseia dos Salteadores de mais uma década perdida!!?


O que é provável que vá acontecer:

Em Portugal este vai ser um dos anos mais difíceis dos últimos tempos, não se perspectivando qualquer réstia de esperança .

Que me lembre, este é o primeiro ano que começa com a anunciada certeza de vir a ser pior que o anterior, tudo para nada, apenas para salvar o buraco financeiros de especuladores e aldrabões (BPN, BPP e o que mais se descobrirá…), e acalmar esse bando de chantagistas e piratas que dá pelo nome de “mercados”.

Não se vislumbra que os sacrifícios exigidos aos assalariados, contribuintes, à classe média e aos mais pobres tenham um qualquer objectivo de dar a este país um destino de desenvolvimento e bem-estar.

Esta é uma das certezas para este ano.

Outra é a provável reeleição de Cavaco Silva para Presidente da República, um dos presidentes mais provincianos e patéticos, sem um rasgo de criatividade ou de ideias para o país que não sejam um conjunto de banalidades copiadas dos maus manuais de política e de economia.

A reeleição de Cavaco é, por outro lado, e ao contrário do que alguns pensam, a garantia da sobrevivência de José Sócrates, o mais irrealista e incompetente primeiro-ministro que Portugal conheceu até hoje.

Na Europa vamos assistir ao esvaziamento do ideário solidário que esteve na origem do projecto europeu, com o enfraquecimento do euro, que conduzirá à sua extinção ou a uma salvação construída à custa de uma Europa a duas velocidades , acentuando a desigualdade no seu seio.

A China vai continuara dominar o panorama económico e financeiro mundial, reforçando entre muitos ideólogos do capitalismo a defesa de um capitalismo que se pode desenvolver sem o “empecilho” da democracia, da liberdade e dos direitos sociais.

O que pode vir a acontecer:

Uma segunda volta nas presidenciais portuguesas relançaria a política portuguesa numa incógnita quanto ao futuro do actual governo.

Uma derrota ou uma reeleição de Cavaco nestas circunstâncias levaria Sócrates, no primeiro caso, a perder um aliado silencioso ou, no segundo caso, um Cavaco enfraquecido a tentar legitimar-se afastando Sócrates.

Uma outra incógnita prende-se com a provável intervenção do FMI em Portugal. Neste caso muitos dos defensores das políticas anti-sociais desta organização talvez não se saíssem tão bem como esperam. Para além do FMI de hoje ser menos radical do que aquilo que foi noutros tempos, este já não tem muito campo de manobra para desenvolver políticas anti-socias, pois o trabalho de casa, neste caso, já está encaminhado pelo orçamento de Sócrates para este ano com cortes salariais e nos apoios sociais que colocam os trabalhadores, os desempregados e os reformados portugueses à beira da indigência e da agitação social.

Então, provavelmente, o FMI voltar-se-ia para aquilo que Sócrates não fez, que seria combater os verdadeiros privilégios dos altos administradores públicos, de nomeação política, reformular o funcionamento das parcerias público-privadas, extinguir organismos de facto parasitários, como alguns Institutos, algumas fundações, algumas empresas municipais, e as assessorias de escritórios de advogados do regime, impondo um tecto às reformas douradas de alguns ex-administradores públicos, do Banco de Portugal e ex-ministros, reformar a justiça, levando à barra do tribunal e à prisão todos aqueles, políticos e outros, que enriqueceram ilicitamente.

A nível da Europa quem sabe se não assistiremos s uma mudança de rumo das políticas monetárias do BCE por via da pressão social e do descalabro financeiro de alguns estados até agora imunes à crise?

Quem sabe, até, se não vão surgir lideranças mais credíveis, reforçando a democracia política, económica e social da Europa, como forma de contrabalançar os efeitos do “dumping social” imposto pelos “mercados”?

Quem sabe, enfim, se novas lideranças europeias, conscientes daquilo que representa para a estabilidade europeia resistir aos piratas dos “mercados”, não começam a construir uma barreira à especulação financeira dessa gente e à corrupção representada pelos off-shores, ilegalizando-os?

E até pode acontecer que os cidadãos chineses despertem para os crimes políticos, sociais, económicos e ambientais dos seus lideres e se revoltem em larga escala, impondo um regime democrático e verdadeiramente socialista!

Talvez este ano não venha a ser mais um ano perdido e as coisas até corram melhor para os cidadãos e pior para os “mercados”! (isto sou eu a delirar!?).

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