Segundo notícia hoje divulgada pela LUSA (citamos aqui o artigo publicado na edição
on-line do Jornal de Notícias colocada hoje às 00:06) o “anterior Governo gastou, em
novembro, pelo menos 278,3 milhões de euros da almofada financeira de 945,4
milhões de euros prevista no Orçamento do Estado para 2015, o equivalente a 30%
daquele montante”.
E continua a notícia : “A designada almofada financeira corresponde ao
montante que os Governos incluem nos orçamentos de cada ano para cobrir
eventuais despesas excecionais não previstas, sendo composta por duas verbas: a
dotação orçamental e a reserva orçamental.
“No OE2015, o anterior Governo inscreveu 533,5 milhões na dotação provisional
e 411,9 milhões na reserva orçamental, totalizando a almofada financeira global
para este ano os 945,4 milhões de euros.
“De acordo com os dados incluídos na nota da Unidade Técnica de Apoio
Orçamental (UTAO), a que a Lusa teve hoje acesso, até outubro foram reafectados
351,5 milhões de euros: 194 milhões da dotação provisional e 157,5 milhões da
reserva orçamental.
“Ou seja, nos primeiros dez meses do ano, o Estado gastou 37% da
almofada financeira total prevista para o conjunto do ano de 2015.
“Mas os técnicos independentes que apoiam o parlamento indicam que, só
em novembro, foram retirados da dotação provisional "278,3 milhões de
euros, essencialmente para despesas com pessoal do Ministério da Educação e do
Ministério da Justiça", não sendo prestada informação sobre a evolução da
reserva orçamental em novembro.
“Isto quer dizer que, dos 533,5 milhões da dotação provisional
inicialmente prevista no OE2015, entre janeiro e novembro, foram reafetados
472,3 milhões, "sendo a dotação remanescente para o mês de dezembro de
61,2 milhões de euros".
“Com a informação disponível até ao momento e, de acordo com a UTAO,
até novembro foram gastos 629,8 milhões de euros das duas componentes da
almofada financeira, o equivalente a 67% dos 945,4 milhões inicialmente
inscritos no OE2015.
“Destes 629,8 milhões já gastos, 472,3 milhões de euros dizem respeito
à dotação provisional reafectada até novembro e 157,5 milhões referem-se à
reserva orçamental gasta até outubro, não havendo informação desta componente
da almofada financeira para o mês de novembro”.
Fica assim explicado porque é que Cavaco Silva levou tanto tempo a
nomear o governo de Costa e o que é que o governo de Passos Coelho andou a
fazer nestes dois últimos meses.
Agora todos devemos exigir que esses gastos, num único mês, sejam muito
bem explicados, até ao último cêntimo, quer por Cavaco, que se gabou dessa “almofada
financeira”, quer pelo governo Coelho-Portas.
E exige-se ainda que, no mínimo, o Tribunal de Contas faça um inquérito à situação e esclareça muito bem os portugueses sobre os gastos governamentais do mês de Novembro
Se nada for explicado, é caso de tribunal.
…a a procissão ainda só vai no adro...
Sem comentários:
Enviar um comentário