Passam hoje 40 anos sobre o sanguinário golpe de Pinochet,
que impôs uma das mais violentas ditaduras militares pós-guerra, que durou 15
anos.
O Chile era então uma das mais longas democracias da América
Latina e era governada por um governo de esquerda, presidido pelo socialista
Salvador Allende.
Logo nos primeiros três meses foram assassinados mais de
1500 civis.
Ao longo da ditadura foram assassinados 3200 civis, mais de
35 mil conheceram a tortura e 200 mil, 2% da população chilena, escolheram o
caminho do exilio.
Entre os mortos mais conhecidos, contam-se o musico Victo
Jara, barbaramente torturado até à morte, e o assassinato no exilio, do general
, fiel á democracia, Carlos Prats, na Argentina e, em Washington, de Orlando
Letelier, ministro dos negócios estrangeiros do governo socialista deposto.
A morte do poeta Pablo Neruda, 12 dias depois do Golpe de
Estado, continua até hoje envolta em mistério, sabendo-se, contudo, que após a
sua morte, os militares mandaram queimar os seus livros.
Convém aqui recordar igualmente que a ditadura de Pinochet
serviu de cobaia para ensaiar a aplicação das teorias neoliberais da escola de
Chicago, presidida por Milton Friedman, grande apoiante da ditadura chilena. O ministro
da economia da ditadura, em funções desde 1975, foi um aluno de Friedman e da
escola de Chicago, Sérgio de Castro.
O resultado foi o empobrecimento geral da população e a
prosperidades dos grandes grupos econômicos e financeiros.
Ficou igualmente provado que o neoliberalismo prescinde bem dos
valores democráticos para se expandir, mostrando as diferenças entre “liberalismo”
e “neoliberalismo”, que alguns procuram escamotear (a diferença entre ambos é
tão grande como entre social-democracia e stalinismo…).
Hoje o Chile vive em democracia, mas ainda não se conciliou totalmente com o
seu terrível passado recente, herdando o peso da pobreza que atinge mais de 30%
da sua população.
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