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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

…eu, se fosse alemão, também votava na srª Merkel…


Tudo indica que Merkel vai voltar a vencer as eleições legislativas na Alemanha.
 
A dúvida é se mentem a actual maioria, pois espera-se o descalabro eleitoral dos seus aliados “liberais”, e com quem se vai poder aliar depois das eleições.

Seja com for, percebe-se porque é que os alemães continuam a confiar na srª Merkel.

Ela aplica no seu país o contrário daquilo que defende para os países na Europa: aperfeiçoamento do Estado Social; aumento de regalias sociais; aumentos salariais; forte investimento público, tendo como resultado uma das mais baixas taxas de desemprego na Europa e um crescimento superior aos restantes países Europeus.

Ainda por cima, contribuiu, com a imposição de medidas de austeridade aos países do sul, para que as finanças alemãs tenham lucrado mais de 100 mil milhões de euros com os resgates, mantendo o marco…desculpem.., o euro,  com um valor superior ao dólar.

Por último ela manda e desmanda na Europa, vergando a França e a Grã-Bretanha, mantendo os seus “caniches” de estimação à frente da Comissão Europeia , do  BCE e dos governos Grego, Português e Espanhol, não havendo ninguém que se atreva a fazer-lhe frente, até porque, fazendo-o, arriscavam-se a perder os empregos.

Claro que a prazo tudo isso se pode virar contra a Alemanha, principalmente quando a Rússia voltar a contar no plano político e económico, como já começa a acontecer,  e quando a situação financeira chinesa implodir.

Também vai voltar a ser difícil reconquistar a confiança dos europeus na construção europeia, já que a Alemanha criou anticorpos um pouco por toda a Europa, fazendo renascer das cinzas velhos fantasmas.

Ninguém se esquece que a Alemanha destruiu por duas vezes a Europa, no século passado, nem que a Alemanha beneficiou de perdões de dívida, ajudas internacionais e perdões no incumprimento dos défices por duas ocasiões, após a reconstrução do pós-guerra e durante o processo de unificação.

Tudo isso é o contrário da receita que procura impor aos países em dificuldades, esquecendo-se da diferença entre o “Tratado de Versalhes”, que defende para os outros, e o “Plano Mashal” a que recorre sempre que está em dificuldades.

Mas esses problemas ainda estão distantes e por agora a arrogância da srª Merkel encaixa bem no espírito do cidadão médio alemão…para nosso mal!

...já agora leiam este esclarecedor artigo:


Revista Números Rojos » Alemania, la mentira de los minijobs (clique  para ler)

1 comentário:

Anónimo disse...

Muito bem ponderado. De facto, o que foi o desejo legítimo do povo português em sair do atraso e da pobreza em que ainda se encontrava em pleno séc. XX, (e como eu profissionalmente posso asseverar isto até numa zona privilegiada como a nossa)comparativamente com a destruição e o caos reiteradamente impostos à Europa pelos alemães?...
Cumprimentos amigos, Mlaura