Tudo indica que Merkel vai voltar a vencer as eleições legislativas na Alemanha.
A dúvida é se mentem a actual maioria, pois espera-se o descalabro
eleitoral dos seus aliados “liberais”, e com quem se vai poder aliar depois das
eleições.
Seja com for, percebe-se porque é que os alemães continuam a confiar na
srª Merkel.
Ela aplica no seu país o contrário daquilo que defende para os países
na Europa: aperfeiçoamento do Estado Social; aumento de regalias sociais;
aumentos salariais; forte investimento público, tendo como resultado uma das
mais baixas taxas de desemprego na Europa e um crescimento superior aos
restantes países Europeus.
Ainda por cima, contribuiu, com a imposição de medidas de austeridade
aos países do sul, para que as finanças alemãs tenham lucrado mais de 100 mil
milhões de euros com os resgates, mantendo o marco…desculpem.., o euro, com um valor superior ao dólar.
Por último ela manda e desmanda na Europa, vergando a França e a
Grã-Bretanha, mantendo os seus “caniches” de estimação à frente da Comissão
Europeia , do BCE e dos governos Grego, Português
e Espanhol, não havendo ninguém que se atreva a fazer-lhe frente, até porque,
fazendo-o, arriscavam-se a perder os empregos.
Claro que a prazo tudo isso se pode virar contra a Alemanha,
principalmente quando a Rússia voltar a contar no plano político e económico,
como já começa a acontecer, e quando a
situação financeira chinesa implodir.
Também vai voltar a ser difícil reconquistar a confiança dos europeus na
construção europeia, já que a Alemanha criou anticorpos um pouco por toda a
Europa, fazendo renascer das cinzas velhos fantasmas.
Ninguém se esquece que a Alemanha destruiu por duas vezes a Europa, no
século passado, nem que a Alemanha beneficiou de perdões de dívida, ajudas
internacionais e perdões no incumprimento dos défices por duas ocasiões, após a
reconstrução do pós-guerra e durante o processo de unificação.
Tudo isso é o contrário da receita que procura impor aos países em
dificuldades, esquecendo-se da diferença entre o “Tratado de Versalhes”, que
defende para os outros, e o “Plano Mashal” a que recorre sempre que está em
dificuldades.
Mas esses problemas ainda estão distantes e por agora a arrogância da
srª Merkel encaixa bem no espírito do cidadão médio alemão…para nosso mal!
...já agora leiam este esclarecedor artigo:
Revista Números Rojos » Alemania, la mentira de los minijobs (clique para ler)
1 comentário:
Muito bem ponderado. De facto, o que foi o desejo legítimo do povo português em sair do atraso e da pobreza em que ainda se encontrava em pleno séc. XX, (e como eu profissionalmente posso asseverar isto até numa zona privilegiada como a nossa)comparativamente com a destruição e o caos reiteradamente impostos à Europa pelos alemães?...
Cumprimentos amigos, Mlaura
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