O mundo, principalmente o da política, está um lugar cada
vez menos recomendável.
Na Noruega, o país que ocupa o primeiro lugar no Índice de
Desenvolvimento Mundial , acaba de correr com os trabalhistas para colocar no
poder a direita da srª Erna Solberg, aliada
à extrema-direita do Partido Popular, onde militava o terrorista Anders
Breivik.
No poder desde 2005,os trabalhistas, liderados por Jeaans
Stoltenberg, que ficou famoso por andar em campanha a guiar incognitamente um
táxi pelas ruas Oslo, deixaram o país numa situação ainda mais confortável do
que aquela em que o encontraram.
A Noruega é considerado o país mais desenvolvido do mundo,
um dos mais ricos, praticamente sem desemprego, sem deficit, com uma economia
estável e sólida, uma sociedade culta, e um verdadeiro Estado Social.
Tudo isso se deve, em parte, aos lucros do petróleo, mas
fundamentalmente à boa gestão dos seus recursos e à redistribuição equitativa
da sua riqueza.
Pois tudo isso vai provavelmente acabar, devido a um acto de
pura loucura e irreflectido do seu eleitorado, que não terá medido as consequências
da sua votação.
Apesar de ser o partido mais votado, os trabalhistas não
conseguem obter uma maioria parlamentar.
Por sua vez a coligação da direita, liderada por Erna, que
tem como modelo Margereth Thatcher e Angela Markel, com o apoio da extrema-direita,
que aparece de face “lavada” em relação à sua responsabilidade moral nos actos
terroristas de há dois anos perpetuados por Breivik, consegue essa maioria para governar.
Razões para isso? O simples desejo de cumprir a tradição de
não manter os mesmos no poder muito tempo, segundo alguns analistas tão perplexos
como nós.
Sabendo-se contudo que a srª Erna e o seu partido não
concordam com a forma como são preservados para o futuro e geridos os lucros do
petróleo, a explicação talvez tenha a haver com o desejo do mundo financeiro em
se apropriar de um bem que até aqui tem sido considerado dos noruegueses e das
gerações futuras, o mesmo mundo financeiro que consegue meios poderosos de
controlar eleições e a comunicação social, como por cá já sabemos,
levando as pessoas a tomarem opções disparatadas e perigosas como as deste acto
eleitoral.
Será curioso analisar o que vai acontecer aos lucros do petróleo
norueguês, aos seu Estado Social e ao emprego, bem como à evolução, nos
próximos anos, da posição norueguesa no Índice de desenvolvimento humano.
….pobres noruegueses!
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