O Público comemora hoje o seu 20º aniversário com uma edição gratuita.
Para além das secções habituais, ao longo das páginas desta edição comemorativa recordam-se algumas das fotografias que fizeram parte da história do jornal.
Vários gráficos comparam a evolução do país e do mundo ao longo destes últimos vinte anos.
O Público nasceu numa década marcada pela esperança, tanto em Portugal como no Mundo. Depois tudo ruiu.
Em Portugal ela foi destruída pela chegada ao poder da geração a que eu infelizmente pertenço, cujas marcas são o oportunismo, o carreirismo, a negociata fácil e a incoerência político-cultural.
Politicamente, em Portugal, esse descalabro foi representado pelos governos de Durão Barroso, de Santana Lopes e, desgraça das desgraças, de José Sócrates.
No mundo, a chegada de George W. Bush, acompanhado por Bin Laden, a outra face da mesma moeda, marcou o descalabro económico-social da moda neo-liberal, secundados por artistas de segunda, com Aznar, Blair ou Berlusconi.
Contudo, a crise actual pode ser também a oportunidade de varrer de vez toda essa gente da frente dos destinos do mundo, como parece estar a acontecer nos Estados Unidos.
Na Europa ainda vivemos sob a liderança de figurinhas como Barroso ou Trichet (agora secundado pelo inenarrável Constâncio), mas, a prazo, se a Europa quiser sair reforçada e inovada neste mundo em mudança, passarão rapidamente ao esquecimento. Felizmente temos um Zapatero ou uma Merkel, que podem ombrear com Obama na construção do mundo e da Europa pós-crise .
Na voragem das transformações, crises, ilusões e desilusões que marcaram estas duas últimas décadas, o Público soube sempre ser um marco de referência nesse mundo turbulento.
Aos jornalistas, colaboradores e gestores do Público desejamos que continuem a revelar capacidade de arriscar e inovar, marcando a diferença tão necessária à nossa comunicação social para recuperar a sua credibilidade.
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