(Foto de Jonathan Ernst/Reuters)
Teria preferido uma vitória “à Benfica”, mas não deixa de ser significativo que o presidente Obama tenha conseguido pela primeira vez, na história política norte-americana, derrotar os lobbies farmacêuticos e das seguradoras na aprovação de uma lei que torna menos dramática a situação social da saúde nesse país.
Com a aprovação dessa lei, Obama consegue retirar os Estados Unidos da pré-história dos direitos sociais.
É significativo que por cá tão “amadas” e “respeitadas” agências de rating tenham reagido ameaçando baixar a classificação dos Estados Unidos, mostrando de forma clara para quem e com que objectivos é que essas agências elaboram as suas listas.
É igualmente significativo que, enquanto na chamada “Europa Social” os seus dirigentes recuam em toda a linha com vista à destruição desse mesmo Estado Social que tanto custou a construir, sejam os Estados Unidos a dar um passo no sentido oposto.
Na guerra que, citando Jacques Julliard, “o capitalismo financeiro desencadeou contra a sociedade civilizada”, Obama colocou-se ao lado do povo e da civilização.
Pelo contrário, na Europa, usando como armas o PEC, o Banco Central Europeu e as agências de rating, os líderes europeus colocaram-se do lado dos interesses financeiros contra a civilização europeia e os seus povos.
Já nos anos 30 foram os americanos, com Roosevelt e o seu “new deal” a dar o exemplo, colocando o Estado e o capitalismo ao serviço do povo e da civilização contra o mesmo capital financeiro que então tudo tinha destruído, enquanto que a Europa teve de passar pelo holocausto nazi, pelo stalinismo e por uma guerra devastadora para perceber a importância da construção de uma Estado Social.
Será que a Europa terá de passar por uma situação idêntica para derrotar o “eixo do mal”representado pelo PEC, BCE e empresas de rating? Esperemos que não. Basta correr com as actuais lideranças neo-liberais que a governam, como a França já começou a fazer.
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