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terça-feira, 30 de março de 2010

Quanto vale a vida de um moscovita?

Acompanho desde longa data a forma como a comunicação social, principalmente a televisiva, trata os acontecimentos mais dramáticos que acontecem por esse mundo fora.

Impressiona-me o modo diferenciado como são referidos alguns desses dramas:

- merecem uma tratamento exaustivo e pesaroso quando têm lugar em países ou envolvem cidadãos “ocidentais” ;

- merecem outro tratamento, mais distanciado e até condescendente, quando se passam entre outros povos, muitas vezes com base em mero preconceito cultural e/ou político.

O que se passou ontem em Moscovo é bem o exemplo desse tratamento diferenciado.

O que aconteceu na Rússia foi tão grave ou dramático como o que aconteceu nos atentados terroristas de Nova Iorque, Madrid ou Londres. Contudo, grande parte da comunicação social portuguesa, com especial destaque para a televisiva, tratou o assunto como uma espécie de nota de rodapé no meio das intrigas políticas da nossa capela ou do destaque dado ao mundo do futebol.

Mais grave ainda foi ler, ouvir e ver a condescendência com que os autores desses atentados foram tratados entre nós, procurando-se todo o tipo de “razões” para “explicar” esse acto hediondo.

Para essa comunicação social, todos somos iguais em direitos, mas o direito à nossa vida e à nossa dignidade é “mais igual” que o dos outros.

Para essa comunicação social, a morte de um ocidental vale mais que a de um russo, um palestiniano ou um iraquiano.

É caso para concluir que, na nossa “civilização ocidental” que tanto gosta de apregoar, e com razão, a defesa dos direitos humanos , existem dois tipos de “humanos”, nós e os outros.

Muitos desses jornalistas, quando se referem à Rússia ,parece que ainda vivem na "Guerra Fria".

Haja respeito pela dor dos moscovitas!













(Fotografias de várias Agências Internacinais)

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